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Nove pessoas são indiciadas no caso dos corpos carbonizados na Capital

Crime ocorreu há cinco meses e tem ligação com uma das maiores facções criminosas do país

O carro foi encontrado no bairro Nova Campo Grande, com dois corpos carbonizados dentro do porta malas - Foto:Divulgação/Polícia Civil
O carro foi encontrado no bairro Nova Campo Grande, com dois corpos carbonizados dentro do porta malas - Foto:Divulgação/Polícia Civil

Após cinco meses de investigações, a Polícia Civil desvendou o duplo homicídio registrado em Campo Grande no dia 24 de julho deste ano, quando dois corpos foram encontrados carbonizados dentro de um veículo, no bairro Nova Campo Grande, região Oeste da Capital.

As vítimas foram identificadas, na época, por meio de exames de DNA, sendo elas Marcelo dos Santos Vieira, de 45 anos, e Thiago Brumatti Palermo, de 35 anos, que já cumpriu pena de prisão no estado da Bahia, por tráfico de entorpecentes.

Segundo os policiais, a dupla pertencia à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e foi acusada de traição e levada ao chamado Tribunal do Crime  – forma usada pelos dirigentes da facção para julgar integrantes que cometeram algum tipo de infração. As investigações revelaram que outras três pessoas também seriam assassinadas e carbonizadas mas conseguiram fugir.

Nesta segunda-feira (18), o delegado titular do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Carlos Delano, informou que nove pessoas foram indicadas pelos crimes de destruição de cadáver, homicício qualificado, homicídio na forma tentada, tráfico de drogas e envolvimento em facção criminosa.

Três indiciados já cumprem pena em presídios de Mato Grosso do Sul e São Paulo. Outros dois foram localizados e respondem ao inquérito em liberdade por tráfico de drogas. Os outros quatro indiciados ainda estão sendo procurados. (Veja fotos abaixo)

O caso

De acordo com as investigações, a dupla que morreu carbonizada em julho deste ano estava responsável por enviar 100 quilos de cocaína para São Paulo, mas teria substituído 40 kg da droga por gesso, e, por isso, foi levada ao Tribunal do Crime

Os laudos do Instituto Médico e Odontológico Legal (Imol) revelaram que Marcelo estava vivo quando foi ateado fogo ao carro e Tiago havia sido morto por estrangulamento e depois carbonizado.

O desvio de cocaína só foi descoberto porque o carregamento não chegou ao destino. Outra dupla, dentro da própria facção criminosa, foi acusada pelo roubo e revelou que só havia 60 quilos da droga e, que os 40 quilos restantes, eram gesso.

A partir daí o PCC decidiu pela morte dos integrantes considerados como traidores, mas no dia marcado para os assassinatos, três bandidos conseguiram fugir do carro incendiado. Um deles veio a morrer posteriormente, por motivo de doença. Outros dois continuam foragidos.