Veículos de Comunicação

Patrimônio Ameaçado

Prédio histórico do Fórum pode virar estacionamento

Para o historiador Rodrigo Fernandes, a demolição será 'um crime, um retrocesso'

https://youtube.com/watch?v=AdNLYNn0vXw

O prédio antigo do Fórum de Três Lagoas, construído há quase 50 anos, pode ser demolido para dar lugar a um estacionamento de veículos de juízes e funcionários do Poder Judiciário na cidade. O imóvel abriga, atualmente, a Defensoria Pública, que terá seu prédio próprio, em construção em um terreno ao lado.
Assim que ficar pronta a nova sede do órgão, orçada em R$ 3,2 milhões, no final do primeiro semestre de 2019, o prédio antigo do Fórum será demolido sob custo de aproximadamente R$ 500 mil.

O novo prédio da Defensoria está em construção onde funcionava o arquivo do Fórum, que foi demolido, ao lado prédio do Cartório Eleitoral, na rua Alfredo Justino, no centro. A construção de um estacionamento para defensores públicos está previsto no projeto. Entretanto, agora, o Poder Judiciário quer a demolição do prédio para ter um estacionamento exclusivo.

DE NOVO
Essa é a segunda vez que é cogitada a demolição do prédio. A primeira foi em 2008, quando o governo do Estado anunciou a construção do novo prédio do Poder Judiciário. Após mobilização de autoridades, sindicatos, entre outros, o governo desistiu da ideia.

Para o historiador Rodrigo Fernandes, diretor municipal de Cultura, a demolição  será “um crime, um retrocesso porque esse prédio faz parte da história da cidade. Grandes decisões foram tomadas no prédio do antigo Fórum.  Isso vai na contramão do processo de identidade da cidade. O prédio poderia ter sido reformado para fazer parte do complexo do novo Poder Judiciário”, destacou.

O promotor de Justiça responsável pelo patrimônio histórico em Três Lagoas, Antônio Carlos Garcia de Oliveira, disse que moveu uma ação para a preservação do prédio do antigo Fórum, mas, até hoje, não teve decisão. Na época, a ação foi assinada em conjunto com a OAB, segundo ele.

O atual presidente da Ordem dos Advogados em Três Lagoas, Antônio Costa Corcioli, disse ser contra a demolição porque “o prédio faz parte da história do Poder Judiciário na cidade”.