“Os sonhos mais lindos, sonhei. De quimeras mil, um castelo ergui”. Foi ao som de “Fascinação”, canção eternizada na voz de Elis Regina, mas que foi interpretada neste 8 de março pelo coral da Assembleia Legislativa, que a Casa de Leis deu abertura à sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
Mais de 20 mulheres homenageadas receberam o Troféu Cellina Jallad, que reconhece a atuação e dedicação feminina em Mato Grosso do Sul. Entre as mulheres que receberam o reconhecimento, estão as deputadas Dione Hashioka e Mara Caseiro.
Em nome das homenageadas, Dione ressaltou a representatividade feminina e a atuação de mulheres na política. “Além de celebrar as conquistas das mulheres, ainda há alguns debates e reflexões, um deles é a equiparação do número de mulheres na política”.
Bancada masculina
Composta por 24 deputados estaduais, a Assembleia Legislativa é representada, exclusivamente, por homens, já que nenhuma mulher foi eleita em 2018. Para a ex-deputada Mara Caseiro "essa é uma triste realidade." “A sociedade em si ainda não percebeu a importância de nós termos mulheres ocupando espaços de poder político no país”.
Atuação da Casa
Durante a sessão, a subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres, Luciana Azambuja, revelou dados do feminicídio em Mato Grosso do Sul. Em 2018, cerca de 20 mil boletins de ocorrência de violência doméstica foram registrados no estado. Ao todo, 32 mulheres morreram vítimas do feminicídio, outras 76 tentativas desse tipo de crime entraram para as estatísticas e, nos dois primeiros meses de 2019, cinco mulheres foram vítimas de feminicídio.
“Nosso pedido nesse 8 de março, nessa casa eminentemente masculina, é que os senhores defendam as pautas femininas, que defendam os direitos das mulheres”, pediu Luciana aos parlamentares na cerimônia. Em resposta, o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB), disse que a Casa aprovou, por unanimidade, a criação da frente parlamentar em defesa da mulher.
Celina Jallad
Empresária e professora, Celina Jallad foi a terceira mulher a assumir um mandato no Legislativo Estadual e a primeira mulher a ocupar um cargo de conselheira no Tribunal de Contas do Estado (TCE/MS). Morreu em 2011, aos 64 anos, durante cirurgia para reparação de aneurisma da aorta abdominal. O troféu que leva seu nome foi instituído por uma resolução de 2011, de autoria da ex-deputada Dione Hashioka.
