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Entrevista

Pesquisas: úteis para economizar

Economista afirma que consumidor não deve ter vergonha de levar papel, caneta e calculadora na hora de ir às compras

A variação de preços dos mesmos produtos em diferentes estabelecimentos comerciais é realidade presente no cotidiano dos consumidores. Em Campo Grande, por exemplo, pesquisa divulgada pelo Procon municipal aponta variação de mais de 100% em produtos como leite de caixinha e pão francês. De acordo com os dados, a caixa de leite mais barata foi encontrada no preço de R$ 2,85 e, a mais cara, R$ 6. Diferença de R$ 3,15 causam impacto no bolso do consumidor. Já o quilo do pão francês apresentou variação de R$ 8,41. O preço praticado mais barato foi de R$ 7,49 e, o mais alto, R$ 15,90. 

Para entender como os consumidores devem agir na hora da compra desses e de outros itens que apresentam grandes variações de preços, nossa reportagem conversou com o economista do Procon Campo Grande, Carlos Alberto Rena Júnior. Segundo o especialista, é importante pesquisar os itens em mais de um local para economizar e evitar pagar pelo altos preços.  “Se a pessoa mora na região sul, ou na região norte, então, pesquisa antes o preço do produto perto de casa, perto do trabalho, onde pode pagar mais barato”. 

Para o economista, levar papel, caneta e calculadora na hora de realizar compras e não ter vergonha de calcular os preços também é ajuda a reduzir os gastos.

Jornal do Povo – O estabelecimento pode cobrar preços mais altos? Com o consumidor deve agir?
Carlos Alberto Rena Júnior – Principalmente no ramo de alimentos, vai à livre concorrência do mercado. Então, por exemplo, o estabelecimento pode praticar um preço muito baixo como muito alto. Aí, vai do consumidor procurar o preço que cabe no bolso dele. Por exemplo. a gente fala muito de preço baixo e preço alto. Mas, como nós fizemos a nossa pesquisa por regiões, por exemplo, se o consumidor mora na região sul da sua cidade, ou na norte, pesquisar o preço antes, quanto que está o pão e o leite perto da casa dele, perto do trabalho dele, onde ele pode pagar mais barato. E, calcular o combustível, passe de ônibus, que vai ter que utilizar. 

JP – Pesquisar preços tem relação com ter educação financeira?
Carlos – Sim. Tanto é que a pesquisa é um dos pilares da educação financeira. Ao fazer, por exemplo, uma pesquisa, você pode economizar bastante e não comprometer o orçamento no final do mês. Por exemplo, você ir ao supermercado e comprar vários itens ao mesmo tempo, você acaba economizando tempo, combustível. Então aí, você acaba não comprando supérfluos.

JP – Quais dicas para economizar?
Carlos – Fazer lista de mercado e colocar todos os itens que você gostaria de comprar nessa lista e os preços que você imagina que os produtos estão [custando]. E, chegar no mercado e não ter vergonha de levar papel, caneta e calculadora e fazer a conta na hora. Você vai ver, com certeza, que vai acabar economizando. Além disso, antes de ir ao mercado, você, por exemplo, confere a somatória da lista que preparou. Você pega esse valor da sua lista e leva em dinheiro. "Bom eu só tenho esse dinheiro para comprar esses itens. Então, hoje eu não vou passar o cartão de débito nem o de crédito. Eu só vou levar o que tem nessa lista e deixar os cartões em casa". Então, é fundamental, porque aí você evita comprar supérfluos. Evitar de ir ao supermercado com fome também ajuda.

JP – Qual a importância da educação financeira?
Carlos – Imagine só as pessoas se tornando cidadãos educados financeiramente, como que a sociedade vai ganhar e muito. Além disso, a gente conseguir alcançar as crianças, consequentemente, a gente vai conseguir alcançar a família toda.