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Entre Os Problemas

Mais de 100 medicamentos estão em falta no estoque da Sesau

Informação foi repassada pela secretária de saúde do município em audiência pública realizada nesta quinta-feira (29) na Câmara Municipal para prestação de contas do último quadrimestre

Audiência pública realizada nesta quinta-feira (29) na Câmara Municipal - Foto: Gerson Wassouf/CBN-CG
Audiência pública realizada nesta quinta-feira (29) na Câmara Municipal - Foto: Gerson Wassouf/CBN-CG

Falta de medicamentos nos postos de saúde, demora no atendimento realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e projeto do Hospital Municipal de Campo Grande, esses foram os principais assuntos discutidos durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (29) na Câmara Municipal. O encontro foi proposto pela Comissão Permanente de Saúde da Casa de Leis para que a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) realizasse a prestação de contas referente ao 3º quadrimestre do exercício financeiro de 2023.

Na ocasião, a secretária de saúde do município, Dra. Rosana Leite, que assumiu a pasta no início deste mês, fez uma breve apresentação sobre os últimos quatro meses. Entre as ações realizadas, estão: Revitalização do Centro Regional de Saúde (CRS) Nova Bahia, do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Guanandi e do Centro de Referência à Saúde do Homem Dra. Etienne de Albuquerque Palhano, no Bairro Coronel Antonino; Entrega de sete motocicletas e 1 automóvel zero quilômetro para a Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV); Entrega de 1.401 computadores para modernização da rede de atendimento.

Ainda durante a audiência, o presidente da Comissão Permanente de Saúde da câmara, vereador Dr. Victor Rocha (PP) e o vice-presidente, vereador Professor André Luís (Rede), fizeram questionamentos sobre a situação da saúde na capital. O primeiro deles foi sobre o que será feito para sanar a falta de medicamentos em estoque nos postos de saúde.

Segundo o superintendente de economia da Sesau, Danilo de Souza Vasconcelos, Campo Grande possui 107 medicamento com estoque zerado, o que corresponde à 40% do total de 266 medicamentos.

"Já estamos atuando para repor esses medicamentos e 60 deles estão em fase de finalização da entrega, entre eles dipirona e antibióticos, que podem ser entregues em até 15 dias. E nós calculamos que nos próximos 30 dias nós tenhamos praticamente 90% de toda a rede de medicamentos com processo licitatório de compras vigentes", afirmou o superintendente.

Outra questão colocada pelos vereadores foi sobre a falta de ambulâncias no município, que é a causa de reclamação frequente de moradores que retratam a demora no atendimento realizado pelo Samu.

"Nós possuímos 15 ambulâncias, tipo furgão, hoje em Campo Grande, mas, destas, apenas 9 estão em funcionamento nas ruas e as outras 6 estão em manutenção. Muitos de nossos veículos tem uma média de 300 mil a 400 mil km rodados, o que é muito alto, esses veículos já deveriam ter sido trocados pelo Ministério da Saúde, que prevê a troca dos veículos a cada cinco anos. Isso tudo causa uma demora no atendimento à população, visto que o Samu em Campo Grande possui um dos maiores índices de atendimento, com média de 50 atendimentos a cada 100 mil habitantes. Isso é alto comparado com Goiânia, por exemplo, que possui média de 14 a cada 100 mil", afirmou.

Ainda segundo ele, diante desses casos, a prefeitura da capital publicou edital para a locação de 10 novas viaturas que vão auxiliar no atendimento. O pregão tem previsão para ser realizado no dia 28 de março.

Outro tema foi o projeto do Hospital Municipal de Campo Grande, que está previsto desde 2014 e agora está entre as prioridades da secretaria. Na última terça-feira (27) a prefeitura contratou uma consultoria para a construção do hospital por inexigibilidade de licitação, ou seja, quando não há empresas que prestem o mesmo serviço ou quando não há tempo hábil para abrir um processo licitatório.

"O hospital tem sido muito bem pensado, principalmente quando nós assumimos. O ano passado foi um ano de todos os levantamentos. É um hospital que está no plano da Saúde desde 2014 e não foi implantado, ou seja, há 10 anos, e agora é uma das metas não só nossa, enquanto gestor municipal de saúde, mas principalmente da prefeitura. Nós fomos buscar algumas soluções para uma construção mais rápida, porque tem mostrado que os hospitais construídos principalmente com o processo licitatório e com a obra pública, tem demorado em média 10 anos para ficarem prontos. E isso, principalmente o judiciário, ele usa essa solução que é o 'built to suit', ou seja, construir para servir. É uma forma de uma alocação prevista em lei, prevista na nossa nova norma de licitação e essa solução a gente acredita que será a melhor para Campo Grande", explicou a secretária.

A Dra Rosana Leite ainda falou sobre pontos críticos de atuação em Campo Grande.

"Uma questão nos toca muito é a mortalidade infantil abaixo de um ano, e a gente quer melhorar esses indicadores, ampliar a nossa PS (Pronto Socorro) e fortalecer mais ainda o nosso atendimento de urgência e emergência. Nós queremos que esses pacientes, que nós classificamos como azul e verde, ou seja, menos gravidade, sejam atendidos nas unidades básicas perto da sua casa. Não precisa superlotar as Upas com o CRS, que a média é de 500, 600 pacientes por dia. É muito. E também o serviço de atendimento domiciliar, a gente quer que tenha uma cobertura maior", concluiu.

Ao final do a audiência pública, o vereador, Dr. Victor Rocha (PP), presidente da Comissão Permanente de Saúde da Câmara Municipal falou sobre o que achou do encontro.

"Muitos problemas aqui foram elencados. Nós temos aí a falta de medicamentos, que é uma grande realidade, falta de ambulâncias do Samu e temos ambulâncias antigas, que dão muita manutenção. Nós temos aí a questão do hospital municipal, que não foi elaborado, não foi entregue esse projeto nem para o Conselho Municipal de Saúde, muito menos aqui para essa Casa de Leis, que ficou claro. E então infelizmente aí são vários problemas que a secretária vai ter com a sua equipe técnica e buscar as soluções para que o campo grandense tenha uma saúde de qualidade", disse o vereador.