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Tentativa De Feminicidio

Pastor que tentou matar mulher grávida a facadas vai enfrentar júri popular em Três Lagoas

Audiência está agendada para sexta-feira (15), no Fórum da cidade

Pastor (Camisa azul) levou a vítima até o hospital antes de confessar o crime de tentativa de feminicídio. - Foto: Alfredo Neto/JPNews
Pastor (Camisa azul) levou a vítima até o hospital antes de confessar o crime de tentativa de feminicídio. - Foto: Alfredo Neto/JPNews

O pedreiro e pastor evangélico, Jorge de Souza Valdez, de 47 anos, acusado de tentar matar a mulher grávida a facadas, vai enfrentar júri popular, nesta sexta-feira (15), às 13h30, no Fórum de Três Lagoas. A tentativa de feminicídio ocorreu em 10 de novembro de 2020, no conjunto Habitacional Orestinho, onde ele e Regiane Cales da Silva, também pastora, moravam. A vítima estava dormindo quando foi atacada com um corte profundo no pescoço e na barriga, mas sobreviveu aos ferimentos. O crime teria sido motivado por ciúmes.

A reportagem tentou contato com a defesa do réu, que está preso há quatro anos, e não obteve retorno. O andamento do processo judicial está em segredo de Justiça. Regiane Cales estava grávida de aproximadamente 6 meses. Ela passou por uma cesárea de emergência e o bebê nasceu vivo. Porém, foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e morreu três horas depois.

Entenda o caso

Conforme boletim de ocorrência à época, após esfaquear a mulher, o marido se feriu com a faca utilizada no crime, para simular uma tentativa de suicídio. Sangrando muito e percebendo que a vítima ainda estava viva, Jorge Valdez resolveu levar a mulher para o Hospital Auxiliadora, no intuito que ela falecesse durante o trajeto e pudesse inventar outra versão. Ao chegar ao hospital, ele se deparou com uma equipe da Polícia Militar e acabou confessando o crime.

Conforme apurado pela reportagem, durante depoimento na Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM), Jorge teria demonstrado frieza e ironia nas declarações. O agressor teria chegado a rir de alguns questionamentos feitos pela delegada que conduz o inquérito. Ele disse trabalhava como pedreiro e também atuava como pastor evangélico de uma igreja local.

Ao ser preso em flagrante Jorge de Souza Valdez alegou para os policiais que o crime ocorreu “por ignorância dele”.