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'Abril Azul': mês de debate e conscientização sobre o autismo

De acordo com estudo norte-americano, uma em cada 36 crianças é autista. No Brasil, índice representa 2,7% da população

Neuropsicólogos são capacitados para identificar o TEA - Foto: Reprodução/Agência Brasil
Neuropsicólogos são capacitados para identificar o TEA - Foto: Reprodução/Agência Brasil

O mês de abril é marcado pela campanha “Abril Azul”, que tem como principal objetivo compartilhar informações e desconstruir preconceitos sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). De acordo com uma pesquisa realizada pelo Centro de Controle de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, sobre o distúrbio a nível mundial, uma em cada 36 crianças até os 8 anos de idade é autista, o que representa 2,7% da população brasileira.

O autismo é um transtorno psicomotor e comportamental, em diversos graus e em variadas características, podendo se manifestar de maneira diferente em cada pessoa que convive com o distúrbio. O nível 1 é o mais leve e o mais difícil de ser identificado, geralmente diagnosticado em pessoas adultas. Os pacientes apresentam dificuldade em se comunicar, mas nada que interfira nas relações sociais.

O nível 2 é considerado como intermediário ou moderado. Nestes casos, os pacientes precisam de um suporte maior, pois não conseguem manter uma conversa, falam pouco, e sentem dificuldade com a comunicação não verbal, tal como reconhecer as expressões faciais. É comum o uso mais limitado da fala, além de sofrerem mais explicitamente com mudanças de ambiente ou de lidarem com algum tipo de rotina.

O nível 3 é o grau mais severo. Os pacientes são totalmente dependentes de suporte para se orientarem e se coordenarem. É comum sofrerem com diversas crises emocionais, devido ao alto nível de sensibilidade sensorial.

O diagnóstico do TEA deve ser feito por um profissional neuropsicólogo, através de um acompanhamento do paciente. São realizadas diversas avaliações, desde testes e análises clínicas do comportamento e relações sociais com a família, escola ou trabalho, por exemplo.

AMA

Em Três Lagoas, a Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA) atua na interação de 350 famílias de pessoas autistas. A entidade atua na defesa da causa e na luta por direitos e políticas públicas para o autismo no município. A presidente da associação, Aldeneide Alves, é mãe do Henrique, de 19 anos, que foi diagnosticado com o nível 3: “Antigamente, não se falava muito de autismo. Eu nem sabia o que era. Levava ele nos terapeutas e me falavam que ele tinha algo similar ao autismo. Eu só tive a confirmação através da ajuda da AMA. Eu amo meu filho, mas o autismo não é fácil de lidar. Não devemos romantizar, mas devemos lutar pelos direitos para que sejam reconhecidos.

Neste sábado (6), a AMA irá realizar uma caminhada pela causa e reconhecimento das pessoas que convivem com o TEA. A concentração será no Centro, às 8h30, na praça Ramez Tebet.