Veículos de Comunicação

Saúde

Vacina contra a Varicela está em falta em Três Lagoas

Última remessa foi enviada em março para o município

O imunizante é aplicado em duas doses: a primeira em crianças de 15 meses e a segunda na faixa etária dos 4 anos. - Foto: Reprodução/Agência Brasil
O imunizante é aplicado em duas doses: a primeira em crianças de 15 meses e a segunda na faixa etária dos 4 anos. - Foto: Reprodução/Agência Brasil

Com a aproximação do período de inverno e estiagem, doenças respiratórias tornam-se mais comuns. Um exemplo é a catapora, que possui vacina disponível, mas está em falta em Três Lagoas.

Desde fevereiro, o município tem registrado frequentes desabastecimentos da vacina contra a varicela. A última remessa foi enviada em março, e desde então, a Central de Imunizações não recebeu mais nenhuma dose. De acordo com a enfermeira responsável pelo órgão, Fernanda Nery, o problema ocorre em nível nacional e não há previsão de normalização. “Como há um desabastecimento nacional, não conseguimos comprar a vacina, pois a rede privada também enfrenta dificuldades em adquiri-la. Nossa principal fonte de suporte é o estado, que relata que devemos esperar pelo abastecimento nacional. Assim que o imunobiológico estiver disponível nacionalmente, ele será enviado para o nosso município”.

Em 2024, Três Lagoas recebeu 654 doses da vacina contra a catapora, todas já aplicadas, deixando o estoque zerado. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, aproximadamente 940 crianças estão com a imunização atrasada no município.

O imunizante é aplicado em duas doses: a primeira em crianças de 15 meses e a segunda na faixa etária dos 4 anos. A enfermeira destaca a importância de todos os integrantes do grupo prioritário serem imunizados contra o vírus. “A catapora apresenta alta incidência no público infantil, sendo transmitida principalmente por via respiratória, o que torna sua propagação rápida e altamente contagiante. Embora possa ter complicações, a doença pode ser prevenida por meio da vacinação, o que ressalta a importância de continuar com as medidas preventivas. Além da vacinação, é crucial seguir as precauções comuns para doenças transmitidas pelas vias aéreas”.

Embora a catapora seja mais comum em crianças, pessoas imunossuprimidas ou com doenças crônicas também têm prioridade na vacinação devido aos possíveis efeitos adversos da doença.

O período mais seco e com temperaturas amenas é mais propício para a contaminação da catapora, que é transmitida pelas vias aéreas e afeta principalmente crianças. Aglomerações em espaços fechados facilitam a propagação do vírus, e os sintomas podem surgir e evoluir rapidamente, em menos de 24 horas.

 A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Adriana Spazzapan, explica que “quando a catapora se manifesta na pele, é perceptível pelo surgimento das primeiras bolhas que parecem ter água dentro. Nesse momento inicial, é crucial afastar a criança tanto das escolas quanto do convívio social e de ambientes públicos, como brinquedotecas. A criança deve permanecer em casa, devidamente afastada com atestado médico. Além disso, é importante administrar os medicamentos prescritos pelo médico, pois a criança pode apresentar sintomas como dor de cabeça, febre e redução da disposição para brincar. Manter uma adequada hidratação também é essencial nesses casos”.

A catapora é contraída uma única vez na vida. Embora seja comum em crianças, adultos que nunca foram infectados também estão vulneráveis, mas não são o público-alvo da vacina. Desde a incorporação da vacina no calendário em 2013, os casos mais graves de catapora foram controlados, e hoje a doença apresenta uma forma mais branda, sem registros recentes de hospitalizações, em Três Lagoas. Ainda assim, é recomendada a avaliação médica para os infectados.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde, responsável pela distribuição das doses aos municípios, afirmou que possui doses em estoque para serem encaminhadas de forma imediata em caso de surto. A pasta também informou que o Ministério da Saúde realizou uma aquisição emergencial da vacina, mas que os estoques só serão restabelecidos em 2025.

Veja a reportagem abaixo: