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Editorial

Rede de fios causam poluição visual na cidade

Leia o Editorial, do Jornal do Povo, da edição de sábado (29)

Leia o Editorial, do Jornal do Povo, da edição de sábado (29) - Reprodução TVC HD
Leia o Editorial, do Jornal do Povo, da edição de sábado (29) - Reprodução TVC HD

Enquanto em Campo Grande a Energiza – distribuidora de energia elétrica, combate a rede irregular de fiação de internet e telefonia, a sua congênere em Três Lagoas – a Elektro, nada faz para remover cabos de empresas desse setor, que não têm autorização formal para o uso dos postes de transmissão de energia elétrica e de iluminação pública na cidade.

Não há conhecimento público de quantas empresas privadas atuam na área de prestação de sinais de internet na cidade, e nem quais os nomes de empresas que estão ou não cadastradas para utilizarem os postes da Elektro.

Em Campo Grande, a Energisa, juntamente com a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo, removeu em duas noites mais de 4 mil metros de cabos de internet e telefonia, instalados clandestinamente.

Essa ação visa proteger o consumidor que contrata serviços de internet e não tem a segurança do fornecimento de um serviço regular e de qualidade. É certo que o uso indevido de postes da empresa distribuidora de energia elétrica constitui irregularidade, uma vez que é dever legal da concessionária autorizar ou não o uso adequado de seus postes.

Esse exemplo de atuação administrativa e policial demonstra o comprometimento da concessionária de energia em Campo Grande com a cidade e seus moradores, uma vez que a instalação de cabos clandestinos, além de constituir exploração ilegal de serviço, por falta de autorização para o uso de postes, também é causa de poluição visual da cidade diante do emaranhado que está se formando aos nossos olhos.

Como muitas das vezes essa ilicitude resvala em interesses escusos, foi deflagrada em Campo Grande uma mobilização que envolveu agentes da Delegacia Especializada na Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestro, com a finalidade de identificar os autores da instalação dessas fiações, os quais responderão pela ilegalidade junto à Polícia Civil.

Aqui em Três Lagoas, os postes da Elektro tornaram-se um emaranhado de fios de empresas que se intitulam prestadoras de serviços de internet, mas que não estão identificadas e, sequer, se sabe se estão constituídas à luz da legislação que rege essa atividade. 

Essas empresas estão causando uma grande poluição visual no aspecto da cidade, aliás, sem precedentes. Essa prática precisa ser combatida e cabe responsabilidade à Elektro, a quem cumpre obrigação em adotar medidas saneadoras, monitorar e identificar empresas e remover fiações irregulares, além de estabelecer critérios para instalação desses fios de fibra ótica.

Certamente, como primeira medida, deveria notificar com prazo determinado as empresas cadastradas para tomarem providências de ajuste da fiação de suas redes nos postes da cidade e remover os fios sem utilidade.

E, em seguida, promover a remoção de cabos de empresas que não estão cadastradas ou não atenderam a convocação. Essa medida é obrigação da Elektro, mas, também, não afasta a obrigação dos vereadores da cidade que têm por dever de função acompanhar e cobrar por providências como essas que se reclama, a exemplo da conduta adotada pelos deputados estaduais no encaminhamento dessa mesma questão, visando combater irregularidades e zelar pela preservação dos aspectos visuais das cidades sul mato-grossenses, inclusive de Três Lagoas.