Veículos de Comunicação

História

Um registro oficial

Jornal do Povo completa 70 anos de muitas notícias, em Três Lagoas

Nas muitas frases celebres de Rui Barbosa, ao menos duas retratam com fidelidade a necessária existência da imprensa no Brasil. Advogado dos mais experientes da história do Direito no país e escritor ímpar, o polímata baiano que nasceu no século 19 também foi autor de definições que duram até hoje. Sobre a imprensa, por exemplo.

Numa delas, disse que imprensa “é a vista da Nação”. Vista no sentido de olhos. E não lhe caberia menos se assim não fosse.

Aos seus 70 anos, e com os olhos muito saudáveis, o Jornal do Povo pode ser classificado como a vista de Três Lagoas. A maior parte da história, mais de dois terços dela, está registrada nas páginas hoje amareladas do JP. Em consultas, é possível conhecer detalhes de defesas políticas dos governantes, a instalação e o fechamento de empresas e a vida social em geral.

O JP relata, por exemplo, toda a história da construção da ponte que liga Três Lagoas a Castilho, no Estado de São Paulo – uma obra que, da elaboração de seu projeto até a inauguração ocupou 17 anos, contando vários períodos de paralisação e até a suspeita de que sua estrutura, de tão abandonada, estaria comprometida.

Da mesma forma, o jornal relata a inauguração da hidrelétrica de Jupiá, em 1974, outra obra que atravessou governos, incluindo uma mudança de regime político do país, antes e durante o governo militar.

Mais antigamente ainda, o JP relata as dificuldades de ligação entre cidades da Costa Leste com a “antiga” capital Cuiabá, antes da criação do Estado de Mato Grosso do Sul. A única estrada que existia era, logicamente, de chão batido, buracos, tocos de madeira, indígenas e muitos bichos no caminho.

O Jornal do Povo registra toda a história do Judiciário em Três Lagoas, desde a criação e instalação da Primeira Vara Criminal, na década de 1940, junto com a definição da Comarca, que agrega o município de Selvíria. Hoje, a cidade possui 10 varas criminais e acumula ao menos 30 mil processos em andamento.

O desenvolvimento do comércio varejista, que partiu dos extintos “caixeiros” e mascates para vendas, empórios, mercearias e quintas para grandes lojas de departamentos e redes de supermercados, logo vai experimentar o desafio de competir com um condomínio de lojistas, um shopping center.

A industrialização – grande marca do potencial da cidade – foi acompanhada com lupa, desde o plantio das primeiras mudas de eucalipto para a formação do que se chama de “maciço florestal” até a consolidação da “Capital Mundial da Celulose”. No mesmo deste caminho, conquistas de empreendimentos e dores de cabeça, como a paralisação da UFN 3, da Petrobras, e a perda de uma fábrica de biscoitos desativada.

Os anseios do povo não passaram longe dos olhos do JP. Em incontáveis entrevistas, três-lagoenses puderam falar de suas reivindicações, reclamações, observações e elogios.

O Jornal do Povo registrou a vida política de Três Lagoas com o registro das defesas transformadas em conquistas e as frustrações. A carreira política de grandes nomes do passado foi retratada em inúmeras reportagens.

Enfim, o Jornal do Povo acompanha a vida de Três Lagoas no seu dia a dia, fitando os acontecimentos, ajustando o foco nas melhores imagens e registrando em suas lentes a história que será contada e recontada por longos anos.