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CBN ENTREVISTA

Campo Grande tem em torno de 200 ninhos ativos de araras

Bióloga explica porque a capital sul-mato-grossense é referência mundial na preservação da espécie

Neiva Guedes, bióloga e presidente do Instituto Arara Azul - Foto: LSSCom/CBN-CG
Neiva Guedes, bióloga e presidente do Instituto Arara Azul - Foto: LSSCom/CBN-CG

O Instituto Arara Azul, por meio do projeto 'Aves Urbanas, Araras na Cidade', tem monitorado cerca de 200 ninhos ativos de araras,  espalhados pela área urbana de Campo Grande. A ave chegou à capital sul-mato-grossense no final da década de 90 e início dos anos 2000, em busca de alimento, fugindo dos incêndios no Pantanal.

Naquela época, a migração das araras para áreas urbanas era observada na espécie Ara ararauna, a arara-canindé – hoje a mais encontrada em Campo Grande -, e na espécie Ara chloropterus, a arara-vermelha. As aves foram observadas primeiramente no município de Terenos, a cerca de 20 quilômetros da capital, e, após um ano, começaram a ser encontradas em Campo Grande.

Nos anos seguintes, as araras também migraram  para Ribas do Rio Pardo, Águas Claras, Três Lagoas, chegando até a divisa de Mato Grosso do Sul com São Paulo e Paraná. E, atualmente, a arara-zul (Anodorhynchus hyacinthinus) também pode ser vista longe do pantanal, sendo essa espécie encontrada na área rural da capital sul-mato-grossense. 

Mas foi a arara canindé, nas cores azul e amarela, que transformou a cidade em Capital das araras e, hoje, atrai observadores de vários estados e até de outros países. A bióloga Neiva Guedes, presidente do Instituto Arara Azul, explica que desde a chegada da espécie à cidade, o aumento no número de aves ocorreu em progressão geométrica, acima do aumento da população observada na região pantaneira.

"Desde 2008 mais de mil filhotes já foram anilhados e marcados em Campo Grande. Porque as araras canindés, elas têm uma média de três ovos a cada reprodução, mas pode ter até quatro, às vezes até seis ovos. E, em média, sobrevivem dois filhotes. Então é uma taxa grande de sobrevivência. Como não tem muitos predadores naturais aqui na cidade, o índice de taxa de sobrevivência é bem grande das araras canindés aqui na cidade", comentou a bióloga.

A capital Campo Grande é hoje considerada como "um verdadeiro centro de reprodução das araras canindés. Não existe nenhuma outra cidade no mundo que tenha araras como a gente tem no seu ambiente natural silvestre. É um ambiente antropizado, porque é urbano, mas elas são silvestres", disse Neiva durante entrevista à Rádio CBN Campo Grande, nesta segunda-feira (26).

Clique abaixo e assista à entrevista na íntegra. Neiva Guedes falou ainda sobre as espécies de árvores que podem ser plantadas para servir de alimento às araras na cidade e qual o manejo correto para garantir a presença e a reprodução das espécies na área urbana, além da preocupação com o tráfico das espécies para países da Ásia.

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