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Estiagem prolongada eleva preço de alimentos em Três Lagoas

Temperaturas devem variar entre 40°C e 45°C, em Mato Grosso do Sul

No caso das hortaliças, as folhas, como a alface, são as mais afetadas. - Foto: Reprodução/TVC
No caso das hortaliças, as folhas, como a alface, são as mais afetadas. - Foto: Reprodução/TVC

Neste mês de setembro, uma nova onda de calor promete altas temperaturas em todo o país, principalmente em Três Lagoas. Já na primeira semana do mês, os termômetros devem registrar máximas acima de 40°C, um recorde histórico para o período.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta amarelo de perigo potencial devido às altas temperaturas, segundo o meteorologista Natálio Abrahão. "Teremos temperaturas máximas com valores podendo atingir até 43°C e 44°C entre Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas e Inocência. A sensação térmica pode variar entre 54°C e 55°C. Essa tendência de altas temperaturas deve persistir, pelo menos, até o dia 12 de setembro".

No dia 7 de setembro, há previsão de temperaturas ultrapassando os 40°C. Essa onda de calor não só afeta o meio ambiente, mas também provoca um aumento nos preços dos alimentos, especialmente hortaliças.

O Inmet alerta que a onda de calor pode elevar as médias de temperatura em 5°C, atingindo com mais intensidade as regiões Norte, Sudoeste e Leste de Mato Grosso do Sul, além de agravar a baixa umidade do ar.

Produtores e comerciantes, como o feirante da Feira Central de Três Lagoas, Lucas Bitencourt Monteiro, estão apreensivos com os impactos dessa onda de calor na produção de frutas, legumes e hortaliças, o que pode resultar em preços mais altos para os consumidores. "A partir de agora, as hortaliças vão sofrer, e a produção já está começando a cair. Verduras geralmente preferem o frio, e com as altas temperaturas, elas precisam de mais água. O excesso de água pode causar apodrecimento".

As temperaturas entre 40°C e 45°C esperadas para grande parte do estado tornarão este setembro um dos mais quentes da história. Nos supermercados, consumidores já percebem o aumento nos preços de itens básicos como tomate, pimentão e cenoura, produtos essenciais na mesa dos três-lagoenses.

A cozinheira Luzinete Aparecida afirma já ter percebido a diferença. "Hoje, o preço do tomate está razoável, mas pode chegar a 10 ou 11 reais. As frutas também desapareceram bastante, e os pimentões estão escassos. Às vezes, encontramos preços muito baixos, mas ultimamente estão bastante elevados. A cenoura, junto com tomate, cebola e alho, são itens essenciais no nosso dia a dia, e todos esses preços têm aumentado".

No caso das hortaliças, as folhas, como a alface, são as mais afetadas. Isso se deve à grande área de superfície, que resulta em perda de água por transpiração.

Para a aposentada Matilde José da Silva, o calor dificulta a disponibilidade desses produtos. “Está mais difícil de encontra-los e também mais caro, principalmente as verduras e as folhas”.

A alternativa para evitar a falta de hortaliças na mesa são as hortaliças hidropônicas, cultivadas em um sistema denominado hidroponia. Mesmo assim, os consumidores notaram reajustes nos preços, como ressalta a camareira Érica Priscila. “O preço subiu um pouco, mas ainda conseguimos encontrar algumas hortaliças. Eu gosto bastante de alface, cheiro-verde, couve e almeirão, e esses preços também subiram".

A única esperança de alívio seria a chuva, mas as previsões não são animadoras. Segundo o meteorologista Natálio Abrahão, as chuvas devem ficar abaixo da média em setembro, assim como ocorreu em agosto deste ano. "O mês de agosto foi marcado por chuvas muito abaixo da média em todo o estado de Mato Grosso do Sul. Na região Leste, entre Três Lagoas, Inocência, Angélica e Naviraí, as chuvas ficaram até 70% abaixo do esperado. O que predominou foram altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar. Para o mês de setembro, a tendência é que esses eventos se intensifiquem, com temperaturas ainda mais elevadas e umidade relativa em níveis críticos".

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