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'Pecuária não deixou de ser relevante', diz presidente do Sindicato Rural

Número de cabeças de gado no município caiu drasticamente nas últimas décadas

Número de cabeças de gado no município caiu drasticamente nas últimas décadas. - Foto: Arquivo/JPNews
Número de cabeças de gado no município caiu drasticamente nas últimas décadas. - Foto: Arquivo/JPNews

Uma das atividades econômicas mais tradicionais de Três Lagoas, a pecuária, vem perdendo espaço para o avanço de outras culturas e setores na região. Segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal do IBGE, o número de cabeças de gado no município caiu drasticamente nas últimas décadas, refletindo mudanças significativas no uso da terra.

Em 2001, o rebanho bovino em Três Lagoas somava mais de 917 mil cabeças. Já em 2023, esse número é quase a metade: pouco menos de 500 mil cabeças. O declínio no número de bovinos na região acompanha a expansão das plantações de eucalipto e o crescimento das indústrias de celulose. Em apenas um ano, o município caiu de 33º para 43º lugar no ranking nacional de criação de gado.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Três Lagoas, Bruno Ribeiro, a diversificação econômica tem beneficiado a região, mas a pecuária não deixou de ser relevante.

Entre 2014 e 2021, o rebanho de gado em Três Lagoas caiu cerca de 10%, e a tendência de declínio contínuo nos anos seguintes. A redução é ainda mais oferecida em outros municípios da região que, assim como Três Lagoas, estão recebendo novos setores de celulose.

Bruno Ribeiro acredita que, apesar das dificuldades, quem aposta na pecuária está se adaptando às novas realidades e buscando maneiras de manter a atividade lucrativa. "Hoje, onde antes colocamos uma cabeça por alqueire, agora colocamos três por hectare. A pecuária é mais produtiva, e vemos produtos investindo em confinamento e tecnologias para otimizar a produção", destaca.

O presidente do sindicato também destacou que fatores como a sucessão familiar e a falta de mão de obra especializada são contribuídos para essa transformação no setor. "Muitos produtores acabam arrendando suas terras para o eucalipto ou outras culturas mais rentáveis. A sucessão familiar também impacta: os filhos, muitas vezes, não querem dar continuidade à pecuária, e isso leva a mudanças na atividade”.

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