Produtores de soja têm adotado a prática de antecipar a dessecação das lavouras visando diferentes objetivos, como uniformizar as plantas, escapar das chuvas na colheita ou adiantar a semeadura da segunda safra. Uma pesquisa da Embrapa avaliou essa prática em diferentes estágios da cultura e constatou que realizar a dessecação fora do período recomendado pode levar a uma redução na massa dos grãos e na quantidade de óleo.
Segundo o estudo, realizar a dessecação após o estágio da maturidade fisiológica ou colher sem dessecação no estágio de maturidade finalizada resulta em uma redução de 4% a 6% na massa dos grãos. Isso significa uma perda de duas a três sacas por hectare, considerando uma produtividade média de 60 sacas por hectare. Além da redução na massa dos grãos, a antecipação da dessecação também diminui o teor de óleo na soja. Isso ocorre porque a interrupção do processo fotossintético pela planta durante a dessecação precoce parece impedir a síntese completa do óleo.
A pesquisa mostrou que amostras dessecadas no estágio de enchimento de grãos apresentaram teores de óleo mais baixos do que aquelas dessecadas no estágio de maturidade. A pesquisa também analisou a qualidade dos grãos e observou que a presença de grãos verdes diminui à medida que a maturação avança, mas o aumento na quantidade de grãos quebrados foi verificado conforme o tempo de dessecação aumentava.
Os pesquisadores alertam que a antecipação da dessecação pode aumentar a presença de grãos verdes, o que, somado a grãos ardidos, quebrados e mofados, pode resultar em descontos na hora da entrega no armazém.