Veículos de Comunicação

Editorial

Vacinar é preciso

Confira o editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (4)

Confira o editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (4) - Arquivo/RCN67
Confira o editorial do Jornal do Povo, da edição deste sábado (4) - Arquivo/RCN67

Quem não se lembra de um passado não muito distante quando filas enormes se formavam para se tomar vacina, principalmente, a da gripe, que pode levar a óbito e mais, recentemente, contra Covid-19.

Quanto às demais vacinas, nem falar, eram aplicadas nas escolas e nos postos de saúde obedecendo o calendário ano após ano. Crianças eram levadas pelos pais dentro do prazo da convocação para aplicação de vacinas consideradas obrigatórias para a imunização visando garantir saúde e vitalidade.

A da paralisia infantil – poliomielite, que causa limitação locomotora, era aplicada sem quaisquer contestações, assim como as de sarampo, rubéola, caxumba, difteria, coqueluche, meningite, entre tantas outras hoje recomendadas.

Entretanto, diante das facilidades de comunicação nas redes sociais foi se alastrando um falso conceito negacionista, que contesta a eficácia vacinal e a comprovação dos benéficos efeitos proporcionados pela ciência e pesquisa que recomendam vacinação para as mais diversas faixas etárias.

A desinformação irresponsável chegou causar um nível vacinal tão baixo, que obriga a saúde pública a se desdobrar em convocações e campanhas para que pais levem seus filhos aos postos e pontos volantes de vacinação, destacando com ênfase o quanto é importante vacinar e colocar a salvo a vida das pessoas, as quais precisam estar imunizadas.

A legião irresponsável e que banalizou a relevância das vacinas continua e continuará a opinar e recomendar contrariamente a vacinação. Renegam a ciência e suas conquistas como se pesquisas nada valessem e nenhum benefício contemplasse seres humanos como se fossem superiores aos consagrados pesquisadores que buscam as soluções imunizantes contra doenças.

E o demais, existe para o nosso bem estar o Programa Nacional de Imunização que contempla 18 vacinas obrigatórias para crianças, assim como um calendário vacinal para idosos, os quais devem tomar vacinas contra gripe, Covid-19, pneumonia, tétano, malária, entre outras.

Mas, infelizmente os índices vacinais são baixíssimos e às título de exemplo, neste último sábado, 27 de abril, entre todos os postos de vacinação que estiveram abertos, um destes e de grande fluxo de pessoas – o da feira livre – registrou somente 20 pessoas vacinadas contra a gripe.

E, nos demais não foi diferente o baixo índice vacinal, por conta desse descaso ou negacionismo em ser ou não vacinado. Por isso, os postos de saúde estão lotados com pessoas gripadas, as quais apresentam elevada incidência de deficiência respiratória. Enfim, estamos diante de uma situação gravíssima, sob o aspecto de proteção à vida. Ora, se a ciência recomenda, médicos e o sistema público de saúde conclamam para a vacinação e os contrários pregam o contrário, é certo que se instala uma situação que pode sair do controle e causar uma até uma epidemia.

É grave a situação, pois o poder público despende esforços, aloca recursos e como no caso da vacinação contra dengue, vacinas chegam a perder prazo de validade nas geladeiras dos postos de saúde, causando graves prejuízos financeiros aos cofres públicos, os quais precisam estancar desperdícios, desvios de medicamentos e suprir com abastecimento de medicamentos que atendam pessoas que dependem do seu fornecimento, considerados indispensáveis e de uso contínuo. Se a corrente do contra vacina continuar a disseminar falsos conceitos, certamente, muitas vidas se perderão, por isso, é preciso vacinar.