Nesta quinta-feira, o dia amanheceu com uma névoa cinzenta cobrindo toda a região, enquanto o fogo avança pelos campos depois de queimar a borda da rodovia numa velocidade que surpreendeu bombeiros, brigadistas e os proprietários rurais. A fumaça se estendia por mais de 120 km, da localidade do Passo do Lontra (MS-184), região turística, a Miranda (200 km de Campo Grande). Havia pouca visibilidade nas estradas, mas o fogo deu uma trégua.
O tráfego na BR-262 ainda exige muita atenção devido à fumaça, que, dependendo da direção do vento, “fecha” a rodovia. Caminhões com cargas de carvão, que circulam diariamente pela via, estão sendo monitorados pela Polícia Rodoviária Federal. Uma das cargas, na quarta-feira, foi atingida por fagulhas e quase ocorreu um incidente. Quem passa pela rodovia percebe a extensão do desastre ambiental e a alta temperatura que permanece no solo queimado.
Fazenda atingida apoia a operação
Logo pela manhã desta quinta-feira, o Air Tractor do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso sobrevoou toda a área atingida pelas queimadas, apesar das dificuldades de voo com a falta de visibilidade. Havia, ao longo da faixa de vegetação queimada, alguns resquícios de foco, que foram debelados pontualmente pelos bombeiros e brigadistas. Duas áreas exigiram uma ação rápida, uma em uma reserva, e outra em um campo do Retiro Aroeira, da BR-Pec.
O capitão bombeiro Vinicius Barbosa Gonçalves, que está á frente das operações de campo, informou que os focos estão se concentrando mais ao Sul do Pantanal, devido a força do vento, com grande incidência ainda na BR Pec, que está dando todo apoio à operação. O diretor da fazenda, Anderson Vargas, disse que, além de 85 voluntários, a fazenda auxilia o combate com 23 tratores grandes e médios para fazer o aceiro e abertura de acessos na mata.
“Toda a nossa área é 100% monitorada por satélite e mantemos nosso pessoal treinado. O fogo surgiu no domingo na beira do rio (Miranda) e ao longo da rodovia (BR-262)”, explicou Vargas. “Estou aqui (na região) há pouco tempo, mas quem é morador antigo fala que nunca houve um fogo tão intenso como esse. Tivemos uma área muito grande queimada, mas ainda não dimensionamos a extensão e os prejuízos”, prosseguiu.