A época é de festas e viagens, mas deve ser também de cuidado redobrado para os motoristas em Mato Grosso do Sul. De acordo com o veterinário Lucas Cazati, do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), a quantidade de atropelamentos de bichos no verão aumenta entre 50% e 60%.
Em parte, isso se deve ao aumento da população de animais como os quatis, que tiveram filhotes há poucos dias. “São espécies que deixam para ter filhotes no verão, quando a temperatura é alta e tem abundância de alimento”, explica Cazati.
Em um passeio pelos parques da Capital é possível ver dezenas de animais recém-nascidos atravessando despreocupadamente ruas e avenidas acompanhados dos pais.
Excesso de velocidade e imprudência colaboram para o aumento de acidentes, provocando traumas e até morte de animais. Cazati também alerta que alimentar os animais silvestres favorece os atropelamentos porque os bichos criam o hábito de atravessar as vias para receber a comida.
Cazati é um dos responsáveis por salvar a vida de centenas de animais silvestres, vítimas de atropelamento e da captura de traficantes. No CRAS, em Campo Grande, são feitos praticamente todos os procedimentos para salvar os bichos, inclusive cirurgias.
Tem também o lobinho que sofreu uma fratura exposta em uma das patas, passou por uma cirurgia, conseguiu se recuperar e já está de volta à natureza.
O que fazer?
Mas o que fazer em caso de atropelamento de algum animal silvestre? O veterinário explica que não se deve mexer bicho. “Não se deve pôr a mão no animal. Tem que parar o carro e acionar a PMA. Eles vão buscar fazer a captura adequada e trazer para o CRAS”, diz.
Ele conta que uma mulher foi atacada ao tentar resgatar um filhote atropelado no Parque dos Poderes, na Capital. É que a mãe quati tentou proteger o bichinho.
Centro de Reabilitação
Hoje, o Cras tem mais de 200 animais, incluindo araras, maritacas, periquitos, tamanduás, logo-guará, raposa, macacos-pregos, onças pardas, cobras, antas e jaguatirica, entre muitos outros.
Além dos atropelados, o Cras recebe os bichos entregues voluntariamente pela população e os apreendidos em operações de combate ao tráfico.
É o 2º Centro de Reabilitação de Animais Silvestres mais antigo do país, com 33 anos. Em média, os animais consomem mais de 300 quilos de carne e 500 quilos de frutas, verduras e hortaliças.