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Entrevista

'Nunca cometi nada ilícito’, afirma Marisa Rocha

Juiz diz em sentença que Gaeco não provou relação de Marisa com tráfico

A ex-vereadora Maria Rocha (PSB) falou pela primeira vez  sobre sua prisão na manhã de ontem em entrevista ao jornal “RCN Notícias”. Ela disse que não consegue entender porque sofreu acusações do Ministério Público e nega envolvimento com crimes.

“Tive minha vida invadida, meus celulares levados, reviraram minha casa… Mas, às vezes, temos que passar por isso para ver que não existe coisa ilícita, que bom que o juiz viu isso”, resumiu. Marisa ficou presa por seis meses acusada de fazer parte de uma organização criminosa voltada para o tráfico.

A ex-vereadora afirmou ter certeza de que nunca seria presa. Mas, em março do ano passado, foi levada para o presídio feminino de Três Lagoas por policiais civis e membros do Gaeco. A prisão dela foi pedida por sete promotores.
A ex-vereadora disse, porém, que precisava conhecer a realidade do presídio, um local desumano, e cheio de problemas.  Em diversos momentos da entrevista, Marisa citou versículos bíblicos, e disse que  “O ouro é purificado com fogo. Tinha que conhecer aquilo. Há muita injustiça”, declarou.”Criminosos precisam pagar, sim, por seus crimes, mas não podem receber tratamento desumano como aquele”, disse.

Marisa começou a ser investigada após a Justiça autorizar gravações telefônicas de suspeitos por tráfico, segundo o Gaeco. E chamou a atenção quando um grupo de mães procurou pedindo ajuda dela a Maika Nunes para ter de volta a guarda dos filhos, levados a adoção poucos dias depois de tirados de sua casa. Marisa disse que nunca teve contato com Maika e que, “como mãe”, se prontificou a ajudar.

Ela confirmou que levou denúncias a órgãos públicos de Brasília (DF) sobre processos da perda de guarda de filhos que tramitaram em Três Lagoas por discordar das condições em que crianças, como as de Maika, foram retiradas de famílias e entregues à adoção. “Os filhos devem ficar com os pais”, afirmou, mas não soube dizer se sua prisão estaria ligada às denúncias.

Sobre política, disse que seu futuro “está nas mãos de Deus” e que não sabe se será candidata novamente. Afirmou, porém, que não pretende voltar ao governo municipal como secretária, mas prosseguir como funcionária pública concursada.
No ano passado, a Câmara de Vereadores cassou o mandato dela por um outro processo, pelo qual sua defesa tenta reaver o cargo. Marisa afirmou que não está inelegível. 

DECISÃO

 Marisa Rocha foi absolvida pela Justiça de uma acusação do Ministério Público Estadual de fazer parte de uma organização criminosa de  tráfico de drogas. A sentença do juiz da 2ª Vara Criminal de Três Lagoas, Vinicius Pedrosa Santos, saiu nesta semana.

Marisa foi presa em março do ano passado quando trabalhava como secretária de Esportes, após ter seu nome citado em conversas por telefone por outros suspeitos de tráfico. Ela foi solta depois de seis meses.

O MP acusou a ex-vereadora junto com outras cinco pessoas e, de todas, apenas duas foram condenadas.  Os promotores do Gaeco – um braço exclusivo do Ministério Público para casos mais graves – fez diversas acusações, mas não conseguiu provar nada contra a ex-vereadora, segundo a sentença