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Editorial

Vamos trocar placas!

Leia o Editorial do Jornal do Povo deste sábado (1)

A  partir da próxima segunda-feira, dia 3, todos os veículos 0km e os necessitarem de licenciamento terão como novidade o padrão de placas de identificação do Mercosul, com quatro letras e três números. A proposta de troca de padrão se arrasta há mais de 10 anos. O Brasil fez vários ensaios para isso e sempre esbarrou em suas próprias dificuldades. Uma delas, evidentemente, as estreitas relações de autoridades e órgãos públicos com empresas privadas. O que está acontecendo agora já não deveria ser novidade há pelo menos cinco anos.

Não se trata, apenas, de uma troca que altera a identificação visual de veículos. É muito mais profundo porque padroniza as formas de identificação de carros, motos, caminhões, etc, que transitam sem grandes dificuldades entre o Brasil e os países da fronteira. Nem é necessário citar que a falta de padronização favorece a criminosos em circunstâncias assim, tanto que o Brasil sempre foi o maior “fornecedor” de veículos roubados ou furtados, principalmente para o Paraguai e Bolívia. A padronização deverá contribuir na identificação de veículos e na geração de dificuldades para grupos criminosos criarem veículos dublês.

É, sem dúvida, um mecanismo que se associa à alta tecnologia já disponível desde os tempos da proposta original de se acabar com as placas, hoje, quase “antigas”, e nada comparado a propostas absurdas como os malfadados selos de licenciamento e os kits de primeiros socorros ou à troca de extintores.

Será, sim, um passo à frente dos criminosos, embora tenha custo bancado pelo cidadão, que já paga tanto impostos para se proteger deles.

Mas, não será em nada eficaz para combater outros grandes problemas do trânsito brasileiro. Como o número de mortes e de acidentes graves em ruas, avenidas e estradas, por exemplo. Também não contribuirá com responsabilização de governos que investem pouco ou quase nada para a melhora do trânsito – algo tão importante quanto educar melhor motoristas e pedestres.
Mas, já será alguma coisa.