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Dívida

Sem repasses da Prefeitura, Santa Casa suspende parcialmente

O maior hospital de Mato Grosso do Sul, a Santa Casa de Campo Grande, suspendeu parcialmente os atendimentos a novos pacientes devido à falta de recursos provenientes de repasses públicos. Somente a Prefeitura da Capital deve R$ 15 milhões a entidade. Sem os repasses, a compra de medicamentos, insumos e pagamento de salários a funcionários pessoas jurídicas, principalmente médicos, ficaram comprometidos. 

Segundo o Superintendente da Gestão Médico-hospitalar, Dr. Luiz Alberto Kanamura, a pandemia da COVID-19 também foi determinante para a suspensão dos atendimentos, já que, com os hospitais do interior do Estado voltados para atender pacientes infectados pelo vírus, a Santa Casa teve que receber os enfermos que sofrem de outras comorbidades, além das cirurgias eletivas. “Esses pacientes são encaminhados pela região e possuem uma taxa de internação normalmente maior. Se tratam, em sua maioria, de idosos, com fratura de quadril, que não são os pacientes normalmente atendidos pela instituição e levam um maior tempo de internação e mais gastos. Isso, com o tempo, pode se tornar uma bola de neve, que começa a gerar riscos para o restante dos pacientes”, analisa.

Atualmente, o hospital está com o número de pacientes 25% maior que a capacidade. 

Para a diretora financeira da entidade, Sandra Ortega, o impacto global da pandemia também auxiliou no encarecimento dos medicamentos. “Antes, um avental que custava cerca de R$ 2,00, agora sai por R$ 10,00. Com muita demanda por insumos hospitalares e baixa oferta, o preço disparou”, explica. Ainda segunda Ortega, o custo básico do hospital por mês é de R$ 5 milhões. Em nota, a prefeitura disse que já pagou R$ 1 milhão do que deve e estuda agora como pagará o restante. O Governo do Estado disse que, em breve, destinará R$ 30 milhões para os hospitais de MS. A Santa Casa só atenderá casos de urgência até segundo aviso.