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Entrevista

Empresário a favor de investimento de estrangeiros na compra de terras

Mario Celso Lopes, entrevistado por André Milton, fala do potencial de desenvolvimento da região da Costa Leste

Na estreia do programa RCN Negócios, da TVC HD e Cultura FM, apresentado por André Milton, o entrevistado foi o empresário Mário Celso Lopes, que começou a empreender no Estado antes mesmo da criação de  Mato Grosso do Sul. Nascido em Andradina, São Paulo, Mário Celso encontrou em Mato Grosso do Sul as oportunidades para investir e participou de importantes processos para o desenvolvimento não apenas do Estado, como também do país, com papel destacado na implantação das maiores plataformas industrias do Estado. Hoje está à frente a implantação de um parque aquático na região de Andradina que será um  dos maiores da América do Sul. Confira a seguir os principais pontos abordados durante a entrevista relacionados ao potencial do Estado e da Costa Leste em especial.

Foi aprovada pela comissão de assuntos econômicos do Senado Federal e agora está na Comissão de Constituição e Justiça a possibilidade de compra de terras brasileiras e arrendamento por estrangeiros, que ainda está em análise. O projeto abre agora a possibilidade de compra de terras por grupos estrangeiros desde que tenha um limite de 25% da área total do município. Quanto a isso, existem pessoas que são contra, outras que defendem que o investimento mundial está todo canalizado para chegar no Brasil. Qual a sua visão sobre isso?
Mário Celso Lopes – Acho que a quebra dessa barreira é um grande passo. Era uma barreira desinteligente, por que o investimento é a melhor coisa que se tem para qualquer nação.  Permitir a compra de terras gera desenvolvimento, riquezas, renda, benefício para a população. E a vinda de recursos estrangeiros para o Brasil é uma coisa que já deveria existir há muito tempo. Essa barreira que foi criada é uma coisa estúpida. Agora isso estar indo para a CCJ é uma coisa incrível, e está nas mãos de uma pessoa que tem uma capacidade para cuidar disso com equilíbrio, que a nossa Senadora Simone Tebet. 

Acho que esse projeto já deveria ter acontecido há muito tempo, porque ninguém vai pegar um pedaço de terra do Brasil, pôr nas costas e levar embora. Ninguém vai fazer um paredão de concreto em terras brasileiras e plantar coisas que o Brasil não quer, colocar no porto e mandar embora. Não existe essa possibilidade. O comando, diretrizes e regramentos são das autoridades brasileiras. O mundo está cheio de dinheiro, os países desenvolvidos estão cheios de dinheiro para investir no Brasil. 

O Estado de Mato Grosso do Sul teve uma luz de criar um departamento chamado Terrasul para regularizar toda a questão de titulação das terras do Estado e foi o primeiro do Brasil a fazer isso. Nem São Paulo tem um departamento assim, até hoje. Da mesma maneira, em uma visão global de Brasil, investidores estrangeiros comprarem terras no país? Que sejam bem-vindos, porque virá junto a tecnologia, transformando muitas áreas gigantescas que nós temos, mas que são improdutivas. Eu conheço áreas fantásticas, mecanizáveis e gigantescas que faltam só incentivo de tecnologia. (…)

Aliás, não só na questão da mecanização, mas o Brasil ainda usa pouco irrigação?
Mário Celso Lopes –
O Brasil é uma criança na questão de irrigação. Nos Estados Unidos você sobrevoa em quatro horas, com gigantescas estruturas. E sem a mesmas quantidades de água que nós. Além dos rios voadores, as nuvens, temos uma precipitação pluvial fantástica, e temos também os dois maiores aquíferos do mundo no nosso país. Até pouco tempo atrás se sabia que o aquífero Guarani era a maior reserva de lençóis do planeta Terra, que percorre Andradina, Três Lagoas e toda essa região. Mas agora foi descoberto um aquífero três vezes maior que se chama Alter do Chão e está no Pará, ele é brasileiro. Então nós temos as duas maiores reservas aquíferas subterrâneas do planeta dentro do nosso território, sem contar com a abundância de chuva que temos. O que falta é gente, tecnologia, dinheiro para colocar esses nossos campos para produzir. Agora barreira de dinheiro, eu nunca li na história do mundo se criar barreira para dinheiro. Abre, deixa os estrangeiros trazerem os fundos, investimentos, e trazer tecnologia, tornado o Brasil o campeão e produção. (…)

Mário, como você vê o crescimento da região de Inocência, em Mato Grosso do Sul?
Mário Celso Lopes –
Inocência tem uma logística fantástica, porque nós começamos a criar um corredor florestal a partir de Três Lagoas, que foi sumindo à medida em que as fábricas novas foram surgindo e demandando madeira, e esse corredor já está em Ribas do Rio Pardo. Eu fui um dos responsáveis por empurrar esse corredor lá para Ribas e ele agora também está ficando além de maior, mais largo. Então Inocência já tem bastante ativos florestal. 

Agora, esse município tem uma estrada de ferro fantástica, direto para o Porto de Santos. A logística de Inocência é muito boa, eu vejo ali um novo cluster de industrias, a base de madeira. Eu já fiz um estudo no município para uma indústria de celulose solúvel, porque enquanto se fala em celulose BHKP, que é a fibra curta e branqueada, que serve para fazer papel, existe uma celulose diferente, solúvel, qNaue tem valor agregado muito maior e ela é muito utilizada na indústria de roupas, tecelagem.

E pode ser usada a partir dessa mesma madeira que tem sido plantada na nossa região?
Mário Celso Lopes –
Isso, ela é produzida do mesmo material. A diferença está no processamento dentro da fábrica. Essa celulose requer um processamento mais apurado, portanto ela tem um custo de produção mais caro, mas a madeira é igual. Eu acredito que uma hora terá uma fábrica de celulose lá em Inocência.

Confira a entrevista completa abaixo: