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Pico da pandemia será na terça-feira e sem colapso da Saúde, diz pesquisa

Modelo matemático desenvolvido leva em conta diversos dados e cenários vividos na cidade durante 146 dias de pandemia

O pico da pandemia em Campo Grande deve acontecer na próxima terça-feira (25), segundo modelo matemático desenvolvido pela UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) e UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). A capital deve registrar até a data cerca de 19,1 mil doentes, fechando o mês com cerca de 21,6 mil casos. 

Somente nos 17 primeiros dias de agosto, foram confirmados 5.623 novos casos de coronavírus em Campo Grande, com 307 pessoas internadas e 120 óbitos, mas de acordo com o professor Leandro Sauer, da Escola de Administração e Negócios da UFMS, no início da pandemia o cenário previsto para agora era pior.

“De fato aumenta o número de casos, porém numa intensidade e grandeza menores do que as previstas no início do pandemia aqui na Capital”, disse.

O professor Earlandson Ferreira Saraiva, do Instituto de Matemática da UFMS explica que Campo Grande teve quatro cenários de contaminação desde o início do surto do vírus. “De maio para junho, tivemos um aumento razoável. Em 31 de maio, tínhamos 299 casos, mas trinta dias depois chegamos a 2.241 casos, um aumento de 649,50%. Esse aumento continuou maior ainda no mês de julho, quando chegamos a 10.526, aumento de 8.285 casos. Campo Grande apresentou quatro comportamentos durante os 146 dias de pandemia. Nós tivemos um período de 29 dias com um comportamento, após o dia 11 de abril passamos a outro comportamento. A partir de 18 maio já vemos outro comportamento até o dia 10 de junho, onde tivemos um crescimento exponencial, sendo uma das piores fases. Agora estamos na fase que a curva começa a cair”, ressalta.

Ainda segundo o professor, mesmo sem contar com os leitos de uti da rede particular, a rede pública não sofrerá colapso. “Temos um cenário de estabilização, mas manter ou não depende do comportamento das pessoas, o que influencia nos números”, afirmou o professor Earlandson, alertando que as confirmações ainda seguem altas. Os modelos apontam que a taxa de ocupação pode chegar a 95%.  

Entretanto, segundo o professor doutor Sandro Marcio Lima, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, a instabilidade do comportamento das pessoas pode mudar o cenário. Ele alerta que mesmo sem colapso, a situação é muito crítica. “Um limiar ainda crítico, que não permite conforto”.  Ainda, avaliou a taxa de isolamento, que está numa média de 37% neste período em que este patamar foi atingido. “É muito crítico. Pouco se comparado com a necessidade do que precisamos e pouco se comparado com outros países, como Itália onde passou de 60%”, afirmou.