Veículos de Comunicação

Em Risco

‘As telas podem se tornar barreiras entre pais e filhos’, alerta psicóloga

Especialista destaca que tempo demais em frente às telas podem desencadear problemas sociais, de saúde e psicológicos

Acena de uma criança segurando um smartphone olhando atentamente para a tela e interagindo com o conteúdo já é mais comum do que imaginamos. São bebês, de menos de dois anos, que sequer sabem ler e escrever, mas que são capazes de mexer nos aplicativos – como se soubessem o que estão escolhendo assistir. 

As telas, sejam elas de celulares, tablets, notebooks ou televisões, estão inseridas na rotina dos pequenos. “É que como o celular é um acessório muito presente na vida dos pais, a criança cria ‘intimidade’ logo cedo com o aparelho”, explica a psicóloga, Ariane Romero.

Segundo a especialista, o uso em excesso pode desencadear uma série de prejuízos à saúde da criança. Danos a longo e a curto prazos, alerta. “Quando usados de forma excessiva, os dispositivos podem o afetar o sono, diminuir a socialização e aumentar a obesidade e o sedentarismo, pois as atividades físicas ficam em segundo plano nas escolhas dela. Isso sem contar na dificuldade que ela passará a ter em dialogar. No virtual não existe o diálogo olho no olho. Isso pode gerar um afastamento entre pais e filhos. Uma barreira se cria quando o adulto prefere passar mais tempo no universo online do que interagindo com o próprio filho”, explica.

Romero destaca que “na dose certa” a tecnologia é fundamental tanto para adultos quanto para crianças. “Mas a gente não pode esquecer que as crianças querem a nossa atenção e brincar. É necessário ter qualidade nesse tempo”. 

A especialista ressalta ainda que com o passar do tempo, de acordo com a psicóloga, a criança terá problemas ligados à concentração e socialização. “Vai ter dificuldades na escola e problemas de ansiedade, irritabilidade e agressividade. A interação da criança com a tecnologia a leva para um estado de solidão e passividade, sem nenhuma interação com outra criança”, conclui.