Cerca de duas horas após dar entrada no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), uma das duas onças pintadas resgatadas na região da Serra do Amolar, no Pantanal, com queimaduras de segundo e terceiro graus nas patas, não resistiu e foi a óbito. O veterinário do Imasul Lucas Cazati, responsável técnico do CRAS, disse que a causa da morte só será confirmada após a realização da necropsia, na manhã dessa quarta-feira.
No CRAS, além de anti-inflamatório, antibiótico e analgésico, os animais também receberam hidratação intravenosa. Logo após o resgate, ainda no Pantanal, os ferimentos nas patas foram tratados com pomadas e enfaixados. A coordenadora do CRAS, Aline Duarte, disse que a intenção é prosseguir o tratamento dos ferimentos com pele de tilápia, terapia já aplicada em outros animais vítimas de queimaduras e que apresentou bom resultado.
PRÓXIMO PASSO
O próximo passo é aguardar os animais saírem da sedação para avaliar o quadro clínico. São 72 horas críticas em que o organismo vai reagir com a medicação aplicada e demonstrar a capacidade de sobrevivência. Cazati lembra que o maior problema dos incêndios acaba nem sendo as queimaduras e, sim, a quantidade de fumaça que os animais inalam. “Essa tem sido a principal causa de morte entre os animais resgatados no Pantanal”, disse.
São duas onças macho ainda jovens, com menos de dois anos de idade, calcula Cazati. Devem pesar cerca de 70 quilos; na fase adulta um macho pode passar de 100 quilos. O CRAS deve liberar boletim informando sobre o estado de saúde dos felinos na manhã dessa quarta-feira (4).