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Resistência

Prefeitura chama PM para famílias em luta por terreno no Imperial

As famílias fizeram cordão humano para máquina não derrubar barracos

Aproximadamente 20 famílias voltaram a ocupar um terreno público na manhã deste domingo (15) entre o barrio Vila Verde, e o Jardim Imperial, na zona sul de Três Lagoas.

No sábado (dia anterior) as famílias saíram após a intervenção da Polícia Militar, no sábado não houve confronto. Já neste domingo a prefeitura na intenção de impedir que essas famílias ocupacem o lugar, ordenou que o departamento de obras utilizassem Patrols para derrubar os barracos e abrir valas, na tentativa de impedir a formação de tendas.

Na tentativa de impedir que as máquinas passassem por cima dos barracos, o grupo de pessoas integrado por mulheres, homens, crianças e idosos entrará na frente das máquinas formando uma muralha humana. Os funcionários da secretaria de obras avisaram seus superiores que pediram para a Polícia Militar intervir, o Xoque da PM foi ao local e após desentendimento entre as pessoas que tentavam construir seus barracos e os policiais, duas pessoas acabaram sendo detidas (uma mulher e um homem).

Em entrevista para nossa reportagem, os moradores negaram terem reagido ou enfrentado os militares e que não haveria a necessidade das prisões, já que eles apenas pediam para que as máquinas não passasse por cima dos barracos onde haviam crianças. As vítimas revelaram do uso de balas de borrachas utilizadas pela PM.

O Cel Gil Alexandre, comandante do 2°BPM (Batalhão de Polícia Militar) disse para a jornalista Kelly Martins, que as duas pessoas conduzidas para a Depac(Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), que o uso da força foi necessário para encerrar o apedrejamento da máquina que era utilizada no local e evitar lesões no operador do emplemento.

Segundo o Cel Gil Alexandre, a mulher ficou lesionada por conta do uso da força para conseguir dominar e algemar a moça, já o homem não se feriu segundo o comandante. Ambos foram apresentados na delegacia e autuados por desobediência e resistência. O comandante ainda disse que o despejo das famílias do local, cabe ao poder público por meio de ordem judicial e a polícia esteve presente por duas vezes no local, apenas para manter a ordem pública e evitar que alguém saia ferido caso aconteça um desentendimento.

A mulher detida foi levada para à UPA(Unidade de Pronto Atendimento) e depois conduzida para a Depac. As famílias que estão no local relataram estar a anos esperando por uma casa popular, mas devido a crise causada pela pandemia mundial de Covid-19, muitos desempregados, se tornou complicado pagar aluguel que as vezes ultrapassa os R$600, e muitos sobrevivem apenas com o auxílio emergencial de R$300, pago pelo Governo Federal.

As famílias relataram que muitas mães estão a 12 anos no cadastro da habilitação, mas nunca terem sido agraciadas com um imóvel, no local não houve uma pessoa que se colocasse como líder do movimento social por moradias, todos se disseram fazer partes do movimento que resultou na ocupação.