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Plantas aquáticas retiradas do Sucuriú viram biocombustível em hidrelétrica

Pesquisadores do Senai de Inovação em Biomassa fazem a análise das algas em parceria com a concessionária CTG Brasil

Transformar um problema ambiental em fonte de energia. Esse é o desafio de pesquisadores, em Três Lagoas, que transformam a biomassa de plantas aquáticas em biocombustível. As macrófitas como são chamadas, viraram matéria-prima para o bio-óleo que será usado na Usina Hidrelétrica de Jupiá. 

A tecnologia busca reduzir o impacto na operação da  hidrelétrica diminuindo em até 10% nos custos. O projeto tem um ano e é uma parceria entre o Senai de Inovação Biomassa e a CTG Brasil. As plantas aquáticas são recolhidas do Rio Sucuriú a cada três meses.

Em um ano, mais de 30 toneladas de macrófitas foram retiradas do local. O pesquisador Fernando Alves destaca que há 14 pontos de coleta de algas, além de Três Lagoas, e que estão localizadas em cidades do interior de São de Paulo. 

“Nós realizamos uma limpeza no balneário municipal, porque é um dos pontos de coleta, e por se tratar de região de banhistas. As plantas são levadas para o laboratório, passam por análises e diversos procedimentos. Um deles é a chamada pirólise rápida, ação de decomposição de materiais aplicando altas temperaturas”, explicou. 

As plantas naturais de rios e reservatórios se proliferam onde elas encontram um ambiente favorável, com luz e nutrientes. Apesar da beleza, o crescimento desordenado das macrófitas também pode ser uma ameaça para as usinas. Por isso é importante o recolhimento do rio. 

Há um ano, essas plantas causaram um prejuízo milionário na hidrelétrica. Dez unidades geradoras de energia pararam de funcionar.

“As macrófitas podem ter um impacto negativo no sentido de forçar a parada da geração de energia e de algumas turbinas. Uma vez que elas, em grande quantidade, dependendo da espécie, podem entrar no sistema de geração de energia e causar entupimentos de filtros, provocando a suspensão do funcionamento das máquinas e consequentemente a interrupção da geração de energia elétrica”, explicou o gerente ambiental da CTG Brasil, Rogério Marchetto.