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Inflação

Com litro a quase R$ 5, gasolina vai ficar mais cara, alerta economista

Abastecimento tem peso médio de 7% no orçamento familiar e pode ser agravado com novos reajustes

pesquisa > Dados da ANP mostram que preço médio saltou de R$ 4,63 para R$ 4,72 - reprodução/agência brasil
pesquisa > Dados da ANP mostram que preço médio saltou de R$ 4,63 para R$ 4,72 - reprodução/agência brasil

Opreço médio da gasolina em Campo Grande teve alta considerável entre a terceira e quarta semana de janeiro. Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) a média saiu de R$ 4,63 para R$ 4,72. Nas bombas, o valor mais alto registrado foi de R$ 4,99, o que indica, segundo economista e representante da categoria, que o litro ultrapasse a marca dos R$ 5,00 na próxima semana.

Para entender todo o cenário é preciso olhar para trás. Com a valorização do preço do barril do petróleo no mercado internacional e a alta do dólar, a Petrobras anunciou dois reajustes em menos de 15 dias. O primeiro de 7,6% e o segundo de 5%. Esses índices elevaram o preço do combustível nas refinarias de R$ 1,84 no final de 2020 para R$ 2,08 agora. No ano passado, o preço médio do litro nas refinarias da estatal chegou a R$ 0,98. 

Segundo o diretor-presidente do Sinpetro (Sindicatos dos Postos de Combustíveis), Edson Lazarotto, o repasse dos reajustes da Petrobras nas bombas depende dos estoques dos postos. “Tem empresário que tem mais estoque, então, pode ser que demore um pouco mais”. A previsão é que a gasolina fique cerca de R$ 0,15 centavos mais cara na Capital. 

vai aumentar 
Mais altas devem acontecer daqui pra frente, segundo a economista da Fecomércio, Daniela Dias. Isso porque novos reajustes são esperados para o setor, que é altamente influenciado pela desvalorização do real sobre o dólar, em mais de 20%. Além disso, segundo Daniela, a demora no início da vacinação no Brasil, juntamente com o cenário interno instável colaboram para o desgaste do real, que precisa de uma reação para diminuir o índice inflacionário.

A economista revela que o peso do combustível no orçamento familiar chega a 7%, e pode ser agravado nos próximos dias.
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De acordo com o gerente comercial do Posto Universitário, Bruno Medeiros, o repasse ao consumidor é inevitável. “A margem de lucro é pequena, não tem como a gente segurar por muito tempo. Depende do quanto temos no estoque, mas na hora que precisar repor, o preço já é mais alto para comprar das distribuidoras”, explica.

Ele ainda afirma que diferente do que o senso comum dos consumidores prega, o reajuste do preço da gasolina nas refinarias é negativo tanto para quem abastece, quanto para quem vende. “Os clientes reclamam, abastecem menos. Invés de colocar R$ 50 passaram a colocar apenas R$ 30 e isso é prejudicial para todo mundo. Nós dos postos também não gostamos de aumento”.