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Racismo Estrutural

"Toda luta para beneficiar cultura teve o sangue de um negro", diz educadora

Romilda Pizani reforça necessidade de trazer história dos negros em sala de aula, e comenta "desserviço" de reality show

Romilda é uma das diversas mulheres negras atuantes na militância em MS - Foto: Reprodução Youtube
Romilda é uma das diversas mulheres negras atuantes na militância em MS - Foto: Reprodução Youtube

Em Mato Grosso do Sul, a repercussão negativa sobre a conduta de alguns participantes de um reality show global, gera muitas dúvidas em relação à representatividade da cultura negra na sociedade. A educadora social Romilda Pizani, exemplificou o racismo estrutural e toda a problemática em torno do programa, que segundo ela oferece um "desserviço" ao público. Ela pontuou que a educação ainda é a melhor ferramenta para fomentar a história dos negros nas escolas. 

"Nós entendemos que você fazer a militância orgânica dentro do Movimento Negro, tem uma diferença muito grande de você ser um negro em movimento, que desenvolve ações isoladas e pontuais. No primeiro caso, a vivência contribui para que haja inserção a partir das políticas públicas para que a população negra possa ter mais acesso”, destacou. 

Romilda também é vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura de MS e coordenadora do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro do Estado. Ela destacou a Lei 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de "história e cultura afro-brasileira" dentro das disciplinas que já fazem parte das grades curriculares dos ensinos fundamental e médio, não é implementada.

“Falta formação para os profissionais de educação que não estão preparados para tratar nossa história A grade curricular não atende as escolas e há ausência de conteúdo pautado em questões raciais”, salientou.