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Editorial

BR-262, tarda sua duplicação

Leia o Editorial publicado na edição do Jornal do Povo deste sábado (24)

Leia o Editorial publicado na edição do Jornal do Povo deste sábado (24) - Arquivo/JPNEWS
Leia o Editorial publicado na edição do Jornal do Povo deste sábado (24) - Arquivo/JPNEWS

O governo do estado de Mato Grosso do Sul lançou um pacote de editais para privatizar rodovias federais para as quais foi autorizado pela União e as estaduais da Costa Leste. Para tanto, o governo estadual anunciou o estabelecimento de Parceria Pública – Privada (PPB) para a concessão de trechos da MS-112 e trechos das BRs 158 e 436. Foi dado o pontapé inicial com a publicação de edital para Manifestação de Interesse, que permite a administração pública  avaliar a viabilidade técnica e econômica de propostas, conforme a apresentação de empresas interessadas.

Os passos começaram a ser dados para que o poder público possa escolher através de leilão possíveis interessados e assinar contrato com a empresa vencedora transferindo a obrigatoriedade para a execução de melhorias e construção de pistas nestas rodovias. Concretizada a privatização haverá substancial melhoria nas condições de trafegabilidade destas  rodovias que abrangem trechos entre Três Lagoas – Inocência e Três Lagoas – Cassilândia.  

Ninguém desconhece o intenso trânsito nas rodovias que cortam o nosso Estado. Além de sermos um grande produtor no setor agropecuário, consumimos produtos e mercadorias vindos dos mais diversos estados da federação, notadamente do estado de São Paulo, dada a nossa proximidade. Estamos na rota do escoamento da produção agro industrial. Mato Grosso do Sul se transforma pela industrialização da produção que fortalece o agronegócio. Enfim somos rota para a região Norte do país nos dois sentidos – de ida e vinda. Entretanto causa estranheza não se ouvir, sequer ruídos sobre a possibilidade de se duplicar e privatizar a BR-262 entre Três Lagoas – Campo Grande. Essa estrada que registra intenso trânsito de veículos de todos os portes tornou-se além de precária perigosa. Já dissemos que o trecho de quase 70 km entre de Três Lagoas em direção a Água Clara tornou-se uma colcha de retalhos por contas de incontáveis remendos no asfalto, que foi refeito há pouco menos de dois anos. A pista estreitou-se se consideramos o porte de carretas que transitam neste trecho que se estende até Ribas do Rio Pardo.

O escoamento de madeira para as fábricas de celulose através de carretas com longas carrocerias dominam o tráfego. As pistas secundárias também são estreitas e perigosas. Conceberam essa implantação suprimindo faixas de acostamentos, providência que todos deploram. Tudo muito precário e perigoso. Não são poucos os acidentes fatais que são registrados mês a mês. Certamente, não será preciso se alongar elencando as deficiências e perigos desta rodovia que em breve terá mais carretas trafegando com o advento da construção de mais uma fábrica de celulose prevista para o município de Ribas do Rio Pardo. Ficará, senão, intransitável, pelo menos, vagaroso o tráfego por conta do acréscimo na circulação de carretas.

Causa estranheza o silêncio dos integrantes da bancada federal na  Câmara e no Senado da República na defesa da duplicação ou privatização da BR 262 no trecho entre Três Lagoas – Campo Grande. Não se vê e nem ouve qualquer parlamentar fazer um pronunciamento para cobrar o Ministério dos Transportes e o Dnit como órgãos técnicos para essa providência tão importante para a economia estadual. Também, não se há como excluir da conduta silenciosa o governo estadual, que deve propugnar pela melhoria das condições de tráfego na BR-262. É preciso que comecemos a fazer coro, que a sociedade se manifeste, que os organismos da sociedade civil, sindicatos e entidades de classe assumam a defesa dessa melhoria tão importante para o escoamento da produção como para a segurança individual das pessoas que transitam por essa perigosíssima rodovia. A BR 262 precisa ser duplicada, e quiçá, privatizada para acelerar a implantação da melhoria que todos aguardam.