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Bloqueio das vendas de carne bovina da Argentina pode beneficiar MS

País anunciou suspensão de 30 dias para conter alta de preços no mercado local

- Foto: Ilustração
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O anúncio recente do governo argentino de suspender as exportações de carne bovina pode beneficiar Mato Grosso do Sul. A medida emergencial é uma estratégia do país para tentar conter o avanço dos preços da proteína no mercado local.

A China é um dos principais destinos da carne argentina, assim também como do Brasil. O país asiático é ainda, o principal comprador do produto sul-mato-grossense e aumentou em 132,75% o volume adquirido nos primeiros quatro meses do ano, se comparado ao mesmo período do ano passado.

Com o bloqueio, o Brasil e seus principais exportadores, como Mato Grosso do Sul, podem expandir as vendas e abrir novos mercados, segundo o analista de comércio exterior, Aldo Barrigosse.

“O Brasil e o Estado são beneficiados porque começam a suprir a falta do produto, o que reflete no campo. Nós vamos ter que produzir animais de melhor qualidade, investir mais em tecnologias e genética, os frigoríficos vão precisar comprar mais gado para abastecer novos mercados e quanto mais o Brasil investir nisso, maior chance de ganhar novos mercados”, explica.

Além da China, Chile, Israel e Alemanha também compõem a lista de principais destinos da proteína, segundo a Câmara de Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da República Argentina. O país também tem grande participação na Cota Hilton, que estabelece um volume limite de exportação de cortes com alto padrão de qualidade para a União Europeia.

Ainda segundo a análise do especialista, com o possível aumento das vendas de carne bovina brasileira ao exterior, a quantidade de produto disponível no mercado interno pode se tornar ainda menor. “Esse direcionamento da carne ao mercado internacional faz com que nós tenhamos menos oferta da proteína no doméstico”, afirma.

Ao todo, o Brasil exporta, em média, de 15% a 20% da produção total da carne bovina, o que o torna o principal exportador mundial. Mato Grosso do Sul é o quarto estado na participação das vendas e, de janeiro a abril deste ano, foi responsável por 10,49% da proteína brasileira enviada aos países compradores.