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Combate Ao Feminicídio

De 2015 até o momento 190 mulheres foram mortas no estado

Mapa da violência aponta que 87,5% das vítimas não possuíam medidas protetivas contra o agressor

Dados também revelam que 1.424 mulheres registraram boletim de ocorrência por estupro em 2020 - Foto: Reprodução Sista-MS
Dados também revelam que 1.424 mulheres registraram boletim de ocorrência por estupro em 2020 - Foto: Reprodução Sista-MS

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Hoje (1), é o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, data que tem como objetivo intensificar políticas públicas para extinguir a violência de gênero. Dados do Ministério Público Estadual (MPE), mostram que de 2015 até maio de 2021, 190 mulheres foram assassinadas no estado, apenas pelo fato de serem mulheres. Em 2020, 40 mulheres foram vítimas de femincídio em MS, aumento de 33% em comparação a 2019, e 87,5% delas não possuía medida protetiva.

Em live realizada nesta terça-feira (1), a subsecretária estadual de Políticas Públicas para a Mulher, Luciana Azambuja, lembrou o motivo pelo qual a data foi instituída. “A data foi criada no dia 1 de junho de 2015, marcando a morte de Ísis Caroline de apenas 21 anos, brutalmente assassinada. Este foi o primeiro feminicídio tipificado e data também é em memória de todas as 180 vítimas fatais de 2015 a 2020”, destacou.  

Azambuja ainda ressaltou que nos 40 casos ocorridos em 2020, os companheiros não aceitavam o fim do relacionamento. “Quem ama não mata, isso é ferir a integridade e os direitos da mulher”, pontou.  Mato Grosso do Sul foi o primeiro estado a implementar o “Agosto Lilás” no Brasil, data em alusão à Lei Maria da Penha, que em 2021 completa 15 anos.

Sobre o mapa do feminicídio, em 2020 a vítima mais nova tinha 17 anos e a mais velha 85. Os dados também revelam que 1.424 mulheres registraram boletim de ocorrência por estupro em 2020. Uma média superior a 118 BOs por mês. No estado, 17.286 mulheres registraram BO por algum tipo de violência doméstica e familiar. Isso significa que, por dia, mais de 47 mulheres procuraram uma Delegacia de Polícia no Estado.

Perfil das vítimas 

A maioria das vítimas eram mulheres brancas na faixa etária de 30 a 49 anos. Nenhuma estava grávida à época do crime e nenhuma autodeclarou deficiência. 75% eram mulheres brancas; 25% eram mulheres pardas. Sobre ocupação profissional dessas vítimas, constatamos que metade estava exercendo alguma atividade remunerada no momento do crime, como: florista, professora, técnica de enfermagem, comerciante, balconista, auxiliar de secretaria.

Ainda conforme o levantamento, 50% das vítimas exercia atividade remunerada; 2 eram estudantes, 2 eram "do lar" e em 2 casos não temos as informações. Sobre nível educacional das vítimas, a maioria possuía ensino médio completo. 41,65% possuíam ensino médio completo; 25% possuíam ensino fundamental incompleto; 16,65% possuíam superior completo.

Mato Grosso do Sul possui 13 Delegacias de Atendimento à Mulher, sendo 1 Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), desde 2015 com funcionamento 24h e plantão aos finais de semana e feriados, localizada na Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande – e outras 12 Delegacias de Atendimento à Mulher (DAM), localizadas em municípios-pólo: Aquidauana, Bataguassu, Coxim, Corumbá, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

Informações da assessoria