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No Oliveira 3, filhos de moradores cresceram sem usar Emei abandonada

A obra está parada há mais de dez anos e atualmente é refúgio de moradores de rua

A obra está parada há mais de dez anos e atualmente é refúgio de moradores de rua - Foto: Gerson Wassouf
A obra está parada há mais de dez anos e atualmente é refúgio de moradores de rua - Foto: Gerson Wassouf

O CBN nos Bairros desta terça-feira (08) foi até o Oliveira 3, após denúncias de moradores sobre uma Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) que começou a ser construída em 2008 e até hoje não foi concluída. Moradores da região relatam abandono do poder público além da obra abandona, as ruas, sem pavimentação, dificultam a passagem de veículos e, quando chove, a situação se agrava.

Refúgio para moradores de rua, o terreno da Emei não finalizada se torna ponto para uso de drogas à noite, conforme relato dos moradores. A área destinada para a Emei é grande, ajudaria pais e mães da região que, sem ter onde deixar os filhos, precisam optar entre cuidar dos filhos ou trabalhar.

Essa é a situação da comerciante Jaqueline Franco, que reside no Oliveira 3 há oito anos. Conforme a moradora,  a construção da escola já havia começado, e na época ela tinha esperanças de conseguir deixar os filhos no estabelecimento de ensino infantil para procurar um emprego. "Meus filhos cresceram e foram direto para a escola porque o projeto da creche não deu certo, e assim como eu, muitas mães não conseguem trabalhar por não ter onde deixar os filhos", relata.

Assim como Jaqueline, outros moradores do bairro também aguardaram a construção da Emei e tiveram as expectativas não correspondidas após o abandono da obra. O morador Itamar Ramos de Souza conta que a filha, nascida em 2008, não teve a oportunidade de ir à Escola Infantil. "Minha menina era pequena, podia ter estudado aí desde os 4 anos de idade e agora já tem 12 anos e está no colégio público, é muito triste essa situação", afirma.

Rua João Rezek, uma das vias de terra do bairro

De acordo com Itamar, além da Emei o bairro está esquecido pelo poder público, "Ainda tem muitas ruas de terra que não foram pavimentadas, algumas com grandes buracos que dificultam o trânsito, principalmente em dias de chuva".

A CBN entrou em contato com a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) e em resposta, a assessoria comunicou que a empresa responsável pelo projeto pediu a rescisão do contrato e dependendo da liberação de recursos previstos pelo governo federal, uma nova licitação da obra será feita ainda este ano. Questionada sobre as ruas de terra do bairro, a Secretaria informou que há um projeto de asfalto previsto para a região, porém, não disse qual a previsão de início para a pavimentação.

A Rádio CBN Campo Grande seguirá em contato com a Sisep para acompanhar o desenvolvimento da situação.

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