O secretário estadual de Saúde Geraldo Resende disse que lamenta a posição tomada por Marquinhos Trad, prefeito de Campo Grande, sobre a publicação do decreto que desrespeita as medidas restritivas orientadas pela classificação de riscos da bandeiras do Programa de Saúde e Segurança da Economia (PROSSEGUIR). “Fico perguntando o que levou o prefeito a romper um compromisso que tinha a sua própria assinatura e o aval de dois de seus secretários e o procurador do Município”, indagou o secretário.
A declaração do secretário foi informada nesta segunda-feira (14), através do Portal MS. Segundo os critérios adotados tecnicamente pelo Prosseguir, Campo Grande e outras 43 cidades do estado estão em bandeira cinza, (risco extremo para covid-19). Essa classificação permite apenas o funcionamento de atividades consideradas essenciais.
No entanto, o prefeito da capital reclassificou a cidade na bandeira vermelha (risco alto para covid-19). A SES alega que decisão do munícipe, pode gerar um possível aumento no número de casos de covid na capital, nos óbitos, bem como uma superlotação ainda maior e falta de leitos de UTI na macrorregião.
Segundo Resende, a decisão do prefeito se torna ainda mais questionável tendo em vista que na quinta-feira (10), o prefeito junto ao secretário municipal de Saúde José Mauro e outras autoridades municipais e estaduais, estiveram reunidos na SES. Na ocasião, Marquinhos Trad entregou um documento se comprometendo a seguir as medidas restritivas impostas pela bandeira cinza do Prosseguir e solicitando prazo de 72h para o município se organizar para adotar as medidas necessárias.
O secretário disse que o Ministério Público Estadual seguramente está atento a essa questão e deverá tomar as providências cabíveis. “O que eu mais espero, porém, é que essa medida não resulte em mais mortes por covid em nossa capital", explicou.
Situação
Conforme a SES, Mato Grosso do Sul se encontra em um dos piores momentos da pandemia contra a covid-19, com média diária de 40 óbitos e 1.605 casos novos de Covid, totalizando 7.517 vidas perdidas pela doença e 314.445 casos confirmados de Coronavírus.
As quatro macrorregiões do Estado estão com ocupação global entre 90% e 100%, chegando a extrapolar o percentual de 100% para leitos de UTI pelo SUS. 182 pessoas aguardam no Estado por leitos, sendo 92 pacientes internados em unidades de Saúde de Campo Grande aguardando por leitos adequados.
Devido à falta de leitos, 31 pessoas tiveram que ser enviadas para serem internadas em outros Estados, sendo cinco moradores de Campo Grande.
Informações da SES