Durante entrevista à Rádio CBN Campo Grande nesta segunda-feira (28), o juiz da Vara de Execução Penal, Felipe Medeiros Vieira Medeiros, falou sobre o trabalho realizado no sistema prisional de Mato Grosso do Sul, explicando inclusive que há superlotação. “Hoje temos 20.500 pessoas presas ou cumprindo pena no estado e há um déficit de 10.500 vagas, isso inclui regime fechado, aberto e semi aberto. Déficit de 50%. O estado é obrigado a oferecer trabalho e estudo para essas pessoas, desde que tenha estrutura física, além do incentivo das empresas para o convênio", destacou.
Conforme Medeiros, a legislação penal determina que seja oferecido convênios de trabalho aos presos para que haja a ressocialização com aulas e atendimento educacional. “O que vejo nitidamente nas visitas, é o interesse de quase 100% dos presos em trabalhar. Imagina ficar num local pequeno, apertado e sem ter o que fazer? A grande maioria quer emprego, até porque a cada três dias trabalhados, um dia da pena é reduzido. Dependemos não só da atução do estado mas também do incentivo das empresas", reforçou.
Na ocasião, o juiz destacou também o trabalho realizado em relação aos celulares apreendidos em presídios e doados para alunos da rede pública de ensino. O projeto é uma das medidas adotadas para auxiliar estudantes de baixa renda e que estão enfrentando dificuldades para acompanhar as aulas. “O ideal seria que os objetos celulares não entrassem nos estabelecimentos penais. Os aparelhos irão ajudar alunos carentes e vulneráveis. Não resolve mas facilita o acesso às aulas digitais” detalhou. Confira a entrevista completa: