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Corumbá discute com Argentina a viabilização de ferrovia para comércio internacional do Estado

Rota ferroviária bioceânica é de interesse do governo Estadual e de empresários argentinos no setor de mineração

Corumbá discute com Argentina a viabilização de ferrovia para comércio internacional do Estado - Foto: Divulgação
Corumbá discute com Argentina a viabilização de ferrovia para comércio internacional do Estado - Foto: Divulgação

A Prefeitura de Corumbá e a Câmara de Mineração da Província de Salta, na Argentina, estão em tratativas para viabilizar o acesso ferroviário ao corredor biocêanico para transporte de cargas. A proposta é garantir que a Capital do Pantanal seja um ponto de entrada e saída de mercadorias por meio da ferrovia, levando produtos via Bolívia e Argentina até o porto de Antofagasta, no Chile.

Esse trajeto corresponde no acesso ao Oceano Pacífico e o envio de mercadorias para a China. Esse sistema modal está sendo discutido desde 2017 e as conversas estão avançando. Já foram feitas ao menos nove reuniões entre diferentes integrantes interessados em viabilizar o sistema.

Dentro das discussões mais recentes, nesta terça-feira (17), o secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Corumbá, Cássio Augusto da Costa Marques, e o presidente da Associação Comercial e Empresarial da cidade, André Campos, participaram do encontro virtual com representantes da Câmara de Mineração de Salta, que representa empresários do setor na região norte do território argentino. Nessa mesma reunião, representantes do governo do Estado estiveram envolvidos também.

A região de Salta é produtora de lítio, cobre, ouro e prata e já exporta para o Brasil. Porém, essas mercadorias chegam ao país por outras rotas, sem passar por Corumbá. A viabilização da rota ferroviária biocêanica também abre caminho para Mato Grosso do Sul realizar exportação de produtos diversos para a China, via porto do Chile.

Após o encontro desta terça-feira (17), a Câmara de Mineração da Província de Salta realiza levantamento de volume e produtos que são exportados para o Brasil. O detalhamento desse estudo vai ser apresentado em novo encontro com data a ser marcada. Pelo lado brasileiro, o governo estadual e a Prefeitura de Corumbá também devem apresentar dados de exportação e importação.

Atualmente, a Malha Oeste, ferrovia que passa por Corumbá está em processo de relicitação. Essa medida só tem previsão para no quarto trimestre de 2023, conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestes (ANTT). Ela tem extensão de 1.973 quilômetros e seu trecho ferroviário possui conexões com a Rumo Malha Sul, em Iperó (SP) e Rubião Júnior (SP); Rumo Malha Paulista, em Bauru (SP) e Mairinque (SP) além da Empresa Ferroviária Oriental, na Bolívia.

Do lado brasileiro, a ferrovia ainda necessita de várias intervenções para ser economicamente explorada. Porém, na Bolívia, na Argentina e no Chile, o sistema já está em funcionamento.