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Morada Dos Baís

Pintura externa da Morada deve ser entregue em setembro

Arquiteta analisa que restauro do prédio deve seguir especificidades, já que ponto turístico é tombado

Equipe de reportagem da CBN Campo Grande foi até o local, após receber vídeos e fotos da Morada com pintura descascada - Foto: Isabelly Melo
Equipe de reportagem da CBN Campo Grande foi até o local, após receber vídeos e fotos da Morada com pintura descascada - Foto: Isabelly Melo

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Tombada como Patrimônio Cultural, a Morada dos Baís está fechada há mais de um ano devido à pandemia de covi-19. Conforme a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR), o local aguarda por revitalização dos órgãos públicos municipais e estaduais e a pintura restaurativa deve ser entregue no próximo mês pelo Sesc-MS. Para a arquiteta Regina Maura Lopes, uma das responsáveis pela elaboração do projeto de restauração nos anos 90, o local precisa não só de tinta, mas de restauro, e seguindo as especificações necessárias.

“A estrutura usada como pilar para cobrir o pátio foi uma palmeira que fazia parte de uma linguagem, mas que tampava completamente o bem tombado. Os elementos ficaram bastante avariados, como os lambrequins, os apoios da sacada e alguns pontaletes no telhado, tudo isso precisa ser restaurado, mas seguindo todas as especificidades”, explicou.

Construída por etapas entre os anos de 1913 e 1918, para abrigar uma família de italianos, a Morada é considerada um dos pontos turístico mais famosos de Campo Grande. Segundo Caciano Lima, gerente de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura de MS (Fundac-MS), a restauração e pintura do prédio devem seguir todos os protocolos de reforma. “A terminologia para um bem tombado é restauração, está no termo de entrega e eles precisam devolve-la seguindo a paleta de cores e técnicas normativas de restauro. Quando um bem tombado, existe uma especificidade na parede e colocaram qualquer tinta e o prédio rejeitou, por isso está daquele jeito horrível”, destacou.     

Segundo o arquivo histórico de Campo Grande (ARCA), o edifício passou por um grande incêndio na década de 40 destruindo todo o madeiramento da cobertura e dos assoalhos. O prédio ficou desocupado e abandonado pelos anos seguintes e em 1988, passou pelo 2º incêndio. Em 1993, o prédio foi incorporado ao patrimônio do município que em parceria com o Sebrae-MS, iniciou o processo de recuperação e revitalização do casarão da Avenida Afonso Pena.

Em 1995, foi inaugurado o Centro de Informações Turísticas e Culturais. O prédio foi totalmente recuperado e abrigou ainda o museu Lídia Baís, a Sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes e diversas atividades e manifestações culturais. “Ainda de acordo com Regina, os elementos originais foram danificados. “Isso é um descaso por parte das autoridades públicas e do Sesc.

Nota oficial do Sesc-MS

“O Sesc-MS firmou em compromisso somente em recuperar a pintura da fachada externa da casa, no qual o prazo para execução é de 60 dias, que será contado a partir da autorização por parte da prefeitura, cujo processo está em andamento. A gestão pelo Sesc durou aproximadamente seis anos e os contratos de permanência na morada tinham vigência anual e eram renovados continuamente neste período. A pandemia da covid-19 inviabilizou a realização de eventos destinados à participação do público nos locais em que há concentração de pessoas, impossibilitando o desenvolvimento das ações de cultura propostas para a Morada dos Baís. Por ser um bem tombado, não foi feita qualquer alteração no local”, finaliza a nota

Conforme a gerente de Patrimônio pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR), Joelma Arguelho, haverá restauração de alguns componentes da morada, devido ao incêndio no final da década de 80. “Eles vão fazer a pintura restaurativa, desde a recomposição das argamassas compostas de cimento e a argamassa original. Na época fizeram uma recomposição que foi diagnosticada agora. A pintura, eles vão compor conforme a originalidade”, afirmou. A SECTUR ainda não confirmou quando e como será feita a restauração do prédio, porém a pintura deve ser entregue pelo Sesc-MS em setembro de 2021.