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Investigação

Polícia Civil tenta identificar ‘juiz do crime’ que ordenou execução em Ladário

Vítima tinha 22 anos e Marinha encontrou o corpo a 15 km de distância da cidade, no Rio Paraguai

Polícia Civil tenta identificar ‘juiz do crime’ que ordenou execução em Ladário - Foto: Divulgação/Polícia Civil de Ladário
Polícia Civil tenta identificar ‘juiz do crime’ que ordenou execução em Ladário - Foto: Divulgação/Polícia Civil de Ladário

Crimes envolvendo sequestro, tortura e execução de Lucas Matheus de Souza Mendonza, 22 anos, estão sendo investigados pela Polícia Civil de Ladário. A vítima foi encontrada morta no Rio Paraguai no dia 25 de agosto, próximo a base de treinamento da Marinha do Brasil, em área conhecida como Rabicho.

Lucas Matheus não tinha registro de crime contra ele e também não era investigado por prática delituosa, porém foi sequestrado por quatro homens, torturado em Ladário, cidade de 24 mil habitantes próxima a Corumbá, e depois executado. Os investigados na participação dessa execução cortaram o pescoço da vítima, que também sofreu vários cortes no corpo e lesão grave na cabeça.

Em desdobramento do trabalho de apuração do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Delegacia de Ladário, quatro pessoas foram presas neste final de semana no bairro Ceac, que fica distante do Centro da Pérola do Pantanal. A confirmação da prisão foi divulgada só agora pelo delegado Luca Venditto Basso, a frente do inquérito policial.

O que foi possível identificar até agora é que a execução ocorreu após o chamado “tribunal do crime”. A “condenação” ocorreu porque Matheus seria ligado a uma facção criminosa contrária ao dos homens envolvidos. A prisão dos investigados com idades de 34, 31, 22 e 21 anos é apenas uma parte das peças desse quebra-cabeça. Agora a Polícia Civil tenta identificar quem foi o mandante do crime, que pode ter sido o “juiz” nesse tribunal ilegal.

Nesse tipo de prática delituosa, a vítima é submetida a um julgamento sem chance de defesa e, algumas vezes, quem determina a condenação, quase sempre a pena de morte, é alguém que assiste a tudo por câmera de celular ou computador.

“Iniciada a investigação, com base em trabalho de inteligência, apurou-se que a vítima foi sequestrada por integrantes de uma facção criminosa, que o submeteram a um ‘tribunal do crime’, onde a vítima foi ‘julgada’ e condenada por uma suposta relação com organização criminosa rival. Os quatro suspeitos faccionados foram identificados e presos, os quais seguem à disposição da Justiça. A Polícia Civil segue investigando o caso para apurar toda a dinâmica do assassinato”, detalhou o delegado que está a frente do caso.

Os quatro presos já prestaram depoimento e estão recolhidos na Penitenciária de Corumbá. Para continuação da investigação, eles podem voltar a ser questionados.

Lucas Matheus morava em Ladário. Quando o corpo dele foi encontrado, os Bombeiros que fizeram o resgate identificaram ferimentos no rosto, corte profundo no crânio e no pescoço além de lesões causadas por faca no abdômen.