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Alerta

Condições climáticas, com vento e tempo seco, espalham fogo para perto de casas no Pantanal

Há 510 homens atuando contra incêndios e uma das equipes tenta evitar que chamas atinjam reserva do patrimônio natural

Fogo na Ilha das Laranjeiras, próximo à Serra do Amolar - Foto: Reprodução/Lygia Barbosa
Fogo na Ilha das Laranjeiras, próximo à Serra do Amolar - Foto: Reprodução/Lygia Barbosa

As condições climáticas no Pantanal, com ventos fortes ao longo dos dois últimos dias, causaram um novo perigo para diferentes comunidades ribeirinhas por conta das queimadas. Atualmente, as brigadas de incêndio estão atuando na região da Serra do Amolar, para evitar que o fogo alcance reservas de proteção. Enquanto isso, há muito perigo das chamas destruírem casas, escolas em áreas afastadas e ainda ocasionar vítimas.

Nesta terça-feira (21), uma família de ribeirinhos pediu socorro a brigadistas do Ibama/PrevFogo para evitar que as chamas atingissem a casa dela na Ilha das Laranjeiras, na região do Jatobazinho. Foram destacados para a área 14 brigadistas para realizar aceiros que impedem o fogo de atingir as casas.

Apesar do vento sul estar em menor velocidade que ontem (21), o fogo propagou-se muito e o maior risco no momento é que chegue na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Engenheiro Eliezer Batista. Nesse local, há uma grande quantidade de espécies de animais habitando.

“Existe, sim, a possibilidade do fogo chegar na RRPN Novos Dourados por dois motivos: tem um fogo ativo na Bolívia (próximo da reserva) e na Santa Tereza, no Porto Sucuri. No momento, temos a equipe que estava na (ilha) Laranjeiras deslocando-se para o Sucuri para trabalhar mais próximo do fogo”, explicou o coordenador da Brigada Alto Pantanal, Bruno Agueda.

A mobilização para combater o fogo no Pantanal mobiliza atualmente 510 homens e ainda há seis aeronaves empenhadas diretamente. Além dos Bombeiros, Marinha, Exército, Imasul, Defesa Civil, Polícias Civil e Ambiental, Prefeituras, PrevFogo e brigadistas particulares estão atuando.

A base de controle para enfrentar essa situação está situada em Corumbá, pelo fato do município concentrar a maioria dos focos. "Estamos combatendo os incêndios florestais com muito recurso operacional, contudo a situação é crítica por vários fatores: seca prolongada e intensa, crise hídrica severa e uma geada no meio do ano, que secou ainda mais a vegetação. Mesmo nestas condições extremas, estamos controlando os incêndios, os quais são em número menor do que nos dois últimos anos", informou o coronel Hugo Djan Leite, comandante-geral do Corpo de Bombeiros.

A extensão de área destruída pelo fogo até esta terça-feira (21) alcançou 778 mil hectares, o que equivale a mais de 7,7 mil km². Neste ano, essas queimadas estão menores do que em 2019 (801 mil hectares destruídos) e 2020 (956 mil hectares atingidos) em Mato Grosso do Sul.

Por conta das condições de trabalho muito adversas dos brigadistas, o Instituto do Homem Pantaneiro (IHP) está com campanha para receber galão e garrafas de água mineral como forma de ajudar quem atua na linha de frente. Por enquanto, as doações estão sendo feitas na sede do instituto, que fica em Corumbá, na Ladeira José Bonifácio. Pelo telefone com Whatsapp (67) 99987-0467 também é possível auxiliar a organização, que presta apoio aos brigadistas e atua diretamente na proteção de áreas na Serra do Amolar.