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Polícia Federal em Corumbá recebe extradição de maior traficante de cocaína para o Brasil

Lidia Mosquera, 41 anos, tentou escapar de prisão ao alegar ser mãe de criança menor de 12 anos

Polícia Federal em Corumbá recebe extradição de maior traficante de cocaína para o Brasil - Foto: Polícia Federal
Polícia Federal em Corumbá recebe extradição de maior traficante de cocaína para o Brasil - Foto: Polícia Federal

A boliviana de 41 anos Lídia Cayola Mosquera, apontada como líder de organização criminosa que atua no tráfico internacional de drogas e principal fornecedora de cocaína para o Brasil, chegou a Corumbá nesta sexta-feira (1 de outubro). Ela foi extraditada pela Bolívia para cumprir pena no Brasil por tráfico de drogas. Sua transferência ocorreu sobre forte esquema de segurança montando na fronteira entre Puerto Quijarro e Corumbá.

Ela estava presa em Santa Cruz de la Sierra, a cerca de 400 km de Corumbá, desde 4 de março deste ano. Ação da Interpol encontrou Lidia em um prédio na cidade crucenha. O nome dela constava em lista vermelha para ser presa por conta de seu poder financeiro e ramificações não só na Bolívia e Brasil, mas em outros países da América do Sul.

No Brasil, a condenada tentou habeas corpus ano passado para evitar a extradição. Ela alegou que é mãe de criança menor de 12 anos, não tem antecedentes criminais em território brasileiro e possui residência fixa na Bolívia. No país vizinho, ela tem pena de seis anos de prisão e estava cumprindo em regime aberto, ou seja, fora da penitenciária. Na Bolívia, o monitoramento dessas penas praticamente não existe.

Investigação que envolve o nome dela tem vasto material elaborado entre 22 de setembro de 2014 e 29 de junho de 2016, quando houve deflagração da Operação Puerto Quijarro para desarticular a organização criminosa que ela e o marido, Ramiro Condori Aguilar, chefiam. Nessa atuação, a apuração conseguiu rastrear o nome de 16 integrantes do grupo criminoso.

Os crimes praticados pela organização criminosa envolvem tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. O esquema envolvia o transporte de cocaína para o Brasil. Em Corumbá, onde Lídia tem diferentes patrimônios, a droga era armazenada e distribuída em duas frentes, uma para o território brasileiro e outra para ser exportada para a Europa, via porto de Santos. Nessa investigação houve a identificação que Claudinei de Jesus atuava no transporte da cocaína para o Brasil, enquanto Magnus Kelly Alves Garcia fazia a exportação para a Europa.

Lidia Cayola Mosquera é apontada nessas investigações como uma das maiores traficantes da Bolívia e com ligações até na Colômbia. As apurações ainda ligaram o nome dela a quatro apreensões realizadas todas em 2015, nas datas de 21 de janeiro, 25 de fevereiro, 16 de novembro e 15 de dezembro, que representaram mais de 1 tonelada de cocaína. Todos esses casos tramitaram na Justiça Federal de Corumbá.