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Negociação

Funcionários da empresa Suzano de Três Lagoas entram em estado de greve

94% dos funcionários da empresa de celulose de Três Lagoas não aceitaram a proposta da empresa

Manifestação > Realizada no mês passado na entrada da empresa - Arquivo/JP
Manifestação > Realizada no mês passado na entrada da empresa - Arquivo/JP

Os funcionários da fábrica de celulose Suzano em Três Lagoas estão em estado de greve. A partir da próxima semana, a qualquer momento, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Papel e Celulose de Três Lagoas, pode iniciar manifestações na entrada da fábrica, proibindo a entrada dos funcionários, que rejeitaram a proposta da empresa.

O presidente do sindicato, Almir Morgão, disse que já entrou em contato com outros sindicatos da Bahia, de São Paulo e Espirito Santo para obter apoio as manifestações em Três Lagoas. A decisão em entrar em estado de greve, segundo Morgão, deve- se ao não avanço nas negociações com a empresa. 

A última tentativa foi nesta sexta-feira (5), mas não houve evolução nas negociações.  Segundo Morgão, a empresa disse que não tem proposta. “Isso é uma vergonha”, classificou o presidente do sindicato, que iria entregar ontem na empresa, o ofício com indicativo de greve.  “Iremos fazer tudo como manda a legislação, informaremos a empresa e após 48 horas, a qualquer momento, poderemos realizar manifestação e, até mesmo, parar a fábrica de celulose”, adiantou Almir.

Ainda de acordo com o presidente do sindicato, em São Paulo, a empresa aceitou o acordo coletivo, oferecendo o INPC na questão salarial e ganho real nas demais cláusulas econômicas. 

Em Três Lagoas, apenas a correção da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). “A empresa ofereceu 8% de reajuste em 1º de agosto, mais 1,85% a partir de 1º de dezembro, totalizando 9,85%, que é apenas a perda que tivemos com a inflação, ganho real mesmo, não foi oferecido nada”, destacou.

Ainda de acordo com Almir, o sindicato pleiteia, além da correção da inflação, mais 3% de reajuste salarial, bem como a correção da inflação sobre os demais benefícios que os trabalhadores recebem.  Além disso, o sindicato quer a manutenção de auxílio medicamento e do plano nacional de saúde que os funcionários têm há 12 anos. O sindicalista explicou que 40% dos trabalhadores são oriundos de outros estados e precisam de um plano de saúde com cobertura nacional, pois estão sempre viajando e não podem ficar desassistidos.

 Somente na parte industrial, as duas unidades da Suzano na cidade empregam mais de mil trabalhadores. Destes, cerca de 800 são funcionários diretos e os demais de empresas terceirizadas.

Outro lado

Por meio de nota, a fábrica de celulose Suzano se manifestou afirmando estar sempre aberta ao diálogo e que sempre participa das negociações sindicais.

A nota diz: "Reafirmamos que a Suzano participa de todas as negociações sindicais, está sempre aberta ao diálogo e se empenha para chegar a um acordo que contemple os anseios das partes envolvidas. A proposta feita pela companhia contempla o pacote de remuneração total (incluindo salários, abono, ticket alimentação, auxílio creche, auxílio funeral, auxilio filho PCD, pagamento variável e outros benefícios), que é um dos melhores das empresas da região."