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Câncer bucal tem maior incidência entre homens em Três Lagoas

Dados do Inca apontam que MS é o segundo estado com maior índice da doença

Dados do Inca apontam que MS é o segundo estado com maior índice da doença. - Divulgação/Assessoria
Dados do Inca apontam que MS é o segundo estado com maior índice da doença. - Divulgação/Assessoria

Dados mais recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca) sobre câncer bucal no Brasil, revelou que Mato Grosso do Sul é o segundo estado com maior incidência de casos (dados de 2019) ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul e, com isso, registra o maior número de óbitos pela doença no país.

A estimativa, segundo o Inca, é que no Brasil há cerca de 15 mil casos de câncer bucal, desses, considerando uma proporção a cada 100 mil habitantes, 11,54 casos são em homens e 3,93 são mulheres. Em Mato Grosso do Sul, usando a mesma faixa de comparação (a cada 100 mil habitantes), 10,82 casos são em homens e se destacam como cidade epidêmicas Aquidauana, Três Lagoas (8,3 a cada 100 mil habitantes) e Campo Grande. Já em mulheres, a proporção é de 3,14 casos e se destacam Coxim, Aquidauana e Nova Andradina.

O levantamento foi apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde de Três Lagoas, durante uma palestra de atualização para os profissionais cirurgiões-dentistas da rede municipal de saúde com foco em câncer bucal. Essa é a primeira ação do município, neste mês de novembro, alusiva ao tema; mas a coordenação planeja outras ações, sendo uma delas prevista para ocorrer no próximo dia 20, na Praça Senador Ramez Tebet com ações educativas para a população e busca ativa de lesões potencialmente cancerígenas.

A palestra foi ministrada pela professora doutora Maria Fernanda Martins Ortiz Posso, que é mestre e especialista em ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Bauru/USP. Em dados anteriores, mostrava-se que os principais tipos de câncer bucal registrados eram de língua, lábio, em público etilista e tabagista, além da exposição aos raios solares. No entanto, os dados mais recentes mostram uma mudança de perfil, sendo mais comum casos de câncer orofaringe e língua, continua o mesmo risco para pessoas dependente do álcool e cigarro, e entra em cenário pessoas com HPV desenvolverem a doença.

Homens se cuidam menos

Ainda de acordo com os dados apresentados, a incidência da doença em homens é maior do que em mulheres e isso se deve ao fato do velho hábito do sexo masculino não procurar ajuda médica de imediato ou de forma rotineira. “Do total de casos registrados no Brasil, ou seja, 15.190, cerca de 11.180 são em homens e 4.010 são em mulheres. Do total de óbitos em decorrência da doença, que se soma 6.605, pelo menos 80% (5.120) são de homens e 20% (1.485) em mulheres”, destacou Maria Fernanda.

Esses dados, inclusive, colocam o Brasil em 4º lugar no mundo entre os países com mais casos de câncer e óbitos em decorrência da doença.