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Mistério cerca assassinato de mais um político na fronteira

Neste ano, foram mortos seis políticos e a filha do governador do Departamento de Amambay, na região de Ponta Porã e Pedro Juan

Márcio Ariel,  Néstor, Joanir, Farid e Hugo Leonardo, políticos assassinados na fronteira neste ano. - Foto: Arquivos pessoais
Márcio Ariel, Néstor, Joanir, Farid e Hugo Leonardo, políticos assassinados na fronteira neste ano. - Foto: Arquivos pessoais

Mistério cerca o assassinato do vereador Hugo Leonardo da Silva Gonçalves, de 38 anos, cujo corpo foi encontrado e por volta das 17h de quarta-feira (29), no meio de uma lavoura localizada próxima à estrada que dá acesso à Paranhos e Ypejhú, cidade do Departamento de Canindeyú, no Paraguai.

Natural de Sete Quedas, Hugo era vereador pelo MDB no município sul-mato-grossense de Paranhos, mas estava fora da cidade desde o início do dia em que foi encontrado morto.

Próximo ao local do corpo estava um Honda Civic preto, que possivelmente era conduzido por ele. O assassinato aconteceu por meio de disparos por arma de fogo, mas a Polícia Civil não informou quantos tiros atingiram a vítima. Também não há informação de prisões.

O corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) de Ponta Porã para passar por necropsia e deve ser enviado à Sete Quedas, nesta quinta-feira (30).

A primeira linha investigativa da polícia é sobre possíveis ameaças que a vítima poderia estar recebendo. No local, além de não encontrar nenhum documento, a perícia também não localizou aparelho celular pertencente ao vereador.

Outros políticos assassinados

A série de assassinatos de políticos na faixa de fronteira neste ano chama a atenção. No dia 27 de setembro. O empresário do ramo de pneus e ex-vereador pelo MDB, Joanir Subtil Viana, de 53 anos, foi executado na região central de Ponta Porã. Ele foi fuzilado quando circulava em uma caminhonete F-1000, sentido centro-bairro, provavelmente retornando para o distrito de Sanga Puitã, onde residia e tinha empresa.

Ex-vereador, Joanir tinha passagens por tráfico de drogas e cumprindo a pena no regime semi-aberto, não deixou de comparecer às sessões ordinárias do Poder Legislativo de Ponta Porã.

Três dias depois, mais um crime aconteceu na região tendo como vítima um político, desta vez de Pedro Juan Caballero. No dia 30 de setembro, o advogado e candidato a vereador, Néstor Echeverría foi executado por 41 tiros de pistola 9 milímetros. Ele estava com mais três companheiros de partido e bebiam em uma lanchonete após a realização de um comício. Os autores chegaram no local de motocicleta e em um carro. No momento dos disparos, um dos tiros atingiu Ricardo Vilalba, que foi ferido com um tiro no braço e teve quer ser internado.

A vítima já tinha sofrido um atentado em fevereiro deste ano. No primeiro ataque, ele chegou a ser atingido por um pistoleiro que estava em uma motocicleta. Um dos tiros atingiu o rosto do advogado. Ele vinha fazendo denúncias contra políticas tradicionais da cidade, mas a polícia não chegou a uma conclusão nas investigações se esse fato tem alguma relação com o assassinato.

No dia 08 de outubro, um novo crime de político, desta vez com mandato eletivo em Ponta Porã. Farid Charbel Badaoui Afif, de 37 anos, foi a vítima de pistolagem. Ele foi morto quando andava de bicicleta. Poucas horas antes, havia postado um vídeo onde relatava sua visita a uma unidade de saúde na região sul da cidade. O vereador pelo DEM caiu morto dentro de uma concessionária de automóveis localizada na rua Paraguai, centro da cidade.

Um dia depois, no dia 09 de outubro, a filha do governador do Departamento de Amambay, Haylle Carolina Acevedo Yunis, 21 anos, foi fuzilada ao sair de uma boate em Pedro Juan Caballero. Com ela, outros quatro foram executados na mesma ação.

No dia 15 de novembro, o ex-suplente de deputado federal pelo Departamento de Amambay, Márcio Ariel Sanchez, 57 anos, foi executado com dezenas de disparos de arma de fogo de grosso calibre. Grupo de pistoleiros invadiu a residência do político e o assassinou enquanto a vítima dormia.

Em todos esses casos de pistolagem, a polícia não obteve nenhuma pista.