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Editorial

Ferrovias e a BR 262

Leia o editorial do Jornal do Povo deste sábado (29)

Leia o editorial do Jornal do Povo deste sábado (29) - Arquivo/JP
Leia o editorial do Jornal do Povo deste sábado (29) - Arquivo/JP

É auspiciosa a notícia de que as fábricas de celulose entraram numa corrida para construírem ramais ferroviários que ligarão pela Suzano, fabricante de celulose, Ribas do Rio Pardo – Inocência e Três Lagoas a Aparecida do Taboado. E, a Eldorado Brasil, que pretende interligar por linha férrea  Três Lagoas a Aparecida do Taboado. Ambas já estão autorizadas pelo governo federal.  Como se vê essas empresas correm contra o tempo para operarem o serviço de transporte ferroviário visando minimizar os elevados custos de combustível para o transporte rodoviário do eucalipto e da celulose até o destino de suas fábricas e depois até o porto de Santos. Sem contar a logística de transporte que despende custos elevados, considerando-se a manutenção que exigem e a mão de obra envolvida.

A implantação dessas novas variantes de linhas férreas abre um novo alento para se desafogar o intenso trânsito de caminhões pelas rodovias que cortam o Estado no eixo Três Lagoas – Ribas do Rio Pardo- Campo Grande. O transporte ferroviário, certamente, contribuirá para reduzir o elevado índice de acidentes fatais que mês após mês são registrados na BR 262 ceifando vidas e infelicitando famílias. Só neste mês de janeiro de 2022, cinco vidas foram sacrificadas por conta de acidentes no trecho Três Lagoas – Agua Clara – Ribas do Rio Pardo.

Mas, independentemente da concretização daqui dois anos ou mais da implantação destes ramais ferroviários anunciados, as autoridades de Mato Grosso do Sul não devem ficar em silêncio na luta para melhorar a Br 262, mesmo com a diminuição num futuro não muito distante do tráfego de caminhões. Essa bandeira só será vitoriosa quando se concretizar a duplicação das pistas desta rodovia e a sua consequente privatização. Ninguém vai estrilar em pagar pedágio se trafegar por uma rodovia segura e com assistência como são as rodovias administradas pela inciativa privada.

Mas, enquanto essa possibilidade não se concretiza é preciso, que tanto o Dnit como a Policia Rodoviária Federal saiam da inércia. O primeiro, porque tem a obrigação de manter a rodovia sem buracos e refazer ao longo da estrada os acostamentos que estão muito precários, mas não os repara e nem refaz como deveria. Os acostamentos, são áreas de escape em condições normais, que podem colocar a salvo um motorista diante da imprudência daquele que irresponsavelmente ultrapassa outro numa lombada. Alias´, essa circunstância é causadora da maioria de acidentes por colisão frontal.

Por seu turno, a PRF tem que sair mais para a estrada, porque não se vê policiamento ao longo do percurso Três Lagoas – Campo Grande, a não ser nos postos de Três Lagoas e Água Clara. E quando se vê, raramente, vê-se um ou dois policiais empunhando um radar móvel, que não dá segurança na estrada, mas alimenta a indústria da multa. O que é preciso é parar o motorista seja de qual for o veículo e fiscalizá-lo, conscientizando-o de que não pode em alta velocidade trafegar pela estrada colocando em risco terceiros. Inquestionavelmente, esses ramais ferroviários vão amenizar o tráfego na BR 262, mas nem por isso, vamos deixar de cobrar nossas autoridades esforços para a privatização dessa rodovia.