Veículos de Comunicação

Peculato

Operação prende servidor federal que desviava "chunho" em Corumbá

Receita e PF encontraram mais de 700 kg da iguaria boliviana escondidas em sítio e casa, na fronteira Brasil-Bolívia

Mix de batatas será enviado para destruição - Reprodução/PF
Mix de batatas será enviado para destruição - Reprodução/PF

Servidor do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), um funcionário terceirizado e outro ex-funcionário da terceirizada foram flagrados em unidade que fica na fronteira do Brasil com a Bolívia desviando cerca de 700 kg de um produto tradicional boliviano chamado chunho.

O primeiro indício de irregularidade aconteceu quando fiscais verificaram movimentação suspeita de mercadorias que estavam a cargo do MAPA no Posto Esdras, em Corumbá. Houve monitoramento e os auditores fiscais confirmaram que havia indícios de desvio de produtos. A Polícia Federal realizou operação em conjunto com a Receita e conseguiu confirmar a situação.

Servidor do Ministério e funcionários terceirizados estavam carregando veículos com 703 kg de chunho e outros alimentos que tinham sido apreendidos. Os produtos estavam em uma casa no centro de Corumbá e também em um sítio, na zona rural.

A investigação até o momento apurou que os três envolvidos realizam apreensões. Eles aguardavam o momento que não havia mais pessoas galpão e carregavam os produtos em outros veículos, depois desviando para estoques ilegais. Com a operação, foram presos o servidor público, um funcionário terceirizado e um ex-funcionário terceirizado. Todos atuavam no MAPA do Porto Seco, em Corumbá.

Os três foram levados para a Delegacia da Polícia Federal para prestar depoimento e serão investigados por crime de peculato, previsto no artigo 312 do Código Penal Brasileiro. A pena varia de 2 a 12 anos de reclusão.

O chunho é um produto tradicional na Bolívia e no Peru, feito originalmente pelos indígenas de origem Quechua e Aymara. O produto é um conjunto de batatas de diferentes tipos que são congeladas. Seu processo de produção tradicional dura cinco dias e envolve expor o mix de batatas a baixas temperaturas no altiplano andino e depois coloca-las sobre o sol, em dias de intenso calor. A palavra chuño, em Quechua, significa batata congelada. Há registros que essa iguaria já era feita antes do império Inca, no século 13.

No mercado formal, o valor do produto sai por cerca de R$ 9. Os envolvidos foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Federal e serão investigados pela prática do crime de peculato, previsto no artigo 312 do CPB, cuja pena varia de 02 a 12 anos de reclusão.

A Delegacia da Polícia Federal em Corumbá mantém canal de denúncias anônimas através do e-mail uip.cra.ms@pf.gov.br e do telefone 67 9 9202 8240. Caso saiba de informações sobre este ou outros casos de competência da PF entre em contato.