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Reformas no centro afastam consumidores e prejudicam lojistas

Segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas houve uma queda de 20% no número de comércios

Reformas no centro afastam consumidores e prejudicam lojistas - Foto: Gerson Wassouf
Reformas no centro afastam consumidores e prejudicam lojistas - Foto: Gerson Wassouf

O comércio no centro da Capital está passando constantemente por reformas que afetam consumidores e comerciantes na região. Falta de vagas para estacionar, calçadas quebradas e desvios inesperados são os cenários que os consumidores se deparam quando decidem ir às compras.

Empresários da região reclamam do abre e fecha das vias que consequentemente impedem o movimento do público nos estabelecimentos e diminuem as vendas. “Falta de atenção com os lojistas”. Esse foi o termo utilizado por Izaltino Fernandes, comerciante do setor alimentício há mais de 6 anos instalado na Rua Dom Aquino, para definir a atuação da prefeitura com as reformas no centro.

“Parece que essas obras não acabam nunca, já tem duas semanas essa reforma na calçada na frente do meu restaurante e os materiais ainda estão todos aqui, as pessoas não conseguem estacionar, as pessoas não entram aqui, o movimento agora em fevereiro caiu muito. Pensamos que esse mês o comércio ia reagir, mas não reagiu. Parece que o poder público não se preocupa com a gente, é uma falta de atenção com os comerciantes que geram empregos e precisam pagar suas contas”, ressaltou Izaltino  que se mostrou indignado com o sumiço dos clientes.

De acordo com o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Adelaido Vila, só este ano a capital teve uma perda de 20% dos estabelecimentos comerciais no centro, e o ticket médio, que avalia quanto as pessoas gastam em média por dia nas lojas, diminuiu cerca de 50%, na comparação com 5 anos atrás. “Antes as pessoas gastavam aproximadamente 120 reais nas idas ao centro, hoje esse valor baixou para 60 reais”, destaca Adelaido.

E a população confirma essa estatística, para o advogado João Ney Ricco, nem sempre vale a pena ir ao centro quando se pode fazer compras online no conforto de casa. “Eu nem me lembro a última vez que vim ao centro e gastei mais que 100 reais, eu venho aqui a trabalho ou para comprar pequenas coisas que são necessidade e mesmo assim já tenho muita dor de cabeça, de resto prefiro comprar online em casa mesmo do que encarar esse trânsito”.

Para facilitar o acesso ao centro e evitar transtornos, a aposentada Sebastiana costuma chamar um carro de aplicativo. “Está horrível, não tem onde parar com o carro, a calçada toda quebrada, não tem condições. Deixei meu carro em casa porque quando eu consigo estacionar é muito longe e tem que andar muitas quadras até chegar na loja que eu quero e os estacionamentos particulares são muito caros”, ressalta Sebastiana que aguarda ansiosa pela conclusão das obras e a melhoria da situação no centro.