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Entrevista

Mochi diz defender federação de partidos, mas não vê tempo hábil para consolidação

Presidente do MDB estadual analisa cenário da possível união entre siglas nas esferas nacional e estadual.

Presidente do MDB estadual analisa cenário da possível união entre siglas nas esferas nacional e estadual. - Eduardo Suede/CBN Campo Grande
Presidente do MDB estadual analisa cenário da possível união entre siglas nas esferas nacional e estadual. - Eduardo Suede/CBN Campo Grande

Para buscar aumentar a competitividade de candidatos à Presidência da República, os partidos MDB (Movimento Democrático Brasileiro), União Brasil e PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) sinalizaram nesta semana que poderão abrir mão de suas pré-candidaturas nas esferas nacional e estadual. As siglas têm até o mês de março para formalizar a federação e, caso a ideia se concretize, os partidos caminharão juntos pelos próximos quatro anos.

Em entrevista à CBN Campo Grande, o presidente do MDB em Mato Grosso do Sul, Júnior Mochi, falou sobre a possível união das siglas. Mochi avalia que a federação é importante para reduzir a quantidade de partidos existentes no Brasil, mas acredita que não há tempo hábil para que as uniões se consolidem para as eleições de 2022.

Como o senhor avalia a formação das federações?
Mochi Não vejo tempo hábil porque são partidos que estão se federalizando, partidos que têm uma capilaridade a nível de país muito grande e, por conta disso, inúmeras lideranças a nível regional têm dificuldade justamente porque são partidos que se enfrentaram em vários estados brasileiros nas urnas e existe uma dificuldade natural dessa junção. Há um intento, porque quem está lá sentado, está olhando o cenário nacional, de construir uma candidatura que possa representar terceira via para presidente da República.

Essa é, na verdade, a intenção destes partidos que estão sentandopara conversa na tentativa de ter essa junção. Eu vejo que a federação, a médio e longo prazo, é um ótimo instrumento para promovermos a redução das filas partidárias. Não tem país no mundo que consegue ser governado com 32 partidos. É preciso que haja uma redução. E a federação é uma alternativa de haver essa redução, de termos um número menor que represente realmente os pensamentos da sociedade. As grandes democracias do mundo, que são democracias consolidadas, não têm muitos partidos. Então, entendo que no máximo oito, dez, doze partidos, está de bom tamanho.

Inclusive, para facilitar a governabilidade depois com partidos que tenham bandeiras ideológicas.

O cenário vai se desenhando. Caso realmente essa história da federação não vingue, temos a Simone Tebet como pré-candidata à Presidência da República pelo MDB. Temos André Puccinelli como pré-candidato ao Governo do Estado pelo MDB. E o senhor, tem intenções de voltar à Assembleia Legislativa?
Mochi Sou pré-candidato a deputado estadual. Não vejo como, no meio de se ter a possibilidade de 25 nomes, com ou sem federação, meu nome não estar lá consolidado em uma convenção. Em relação aos candidatos para outros cargos, estou olhando do ponto de vista como presidente do partido. Falo sobre a dificuldade que nós temos aqui no Estado, do MDB acatar uma decisão dessa [de federação].

Claro que, se a decisão acontecer, não temos para onde chiar. A primeira grande discussão, que é a hora que você pensa na Constituição da Federação, é ter um critério. Qual é o critério para escolher o candidato a governador?

Foi o que conversamos com o André Puccinelli, sobre qual o critério, e ele disse que é quem está na frente. Em caso de federação, disse que mantém seu nome como o candidato.
Mochi O PSDB no Estado acha essa imposição interessante? Se for a imposição via pesquisa, ótimo.

Eles podem alegar que os outros candidatos têm possibilidade de subir nas pesquisas?
Mochi
Eles podem ter outras argumentações como a de ter uma estrutura governamental apoiada pelo governador, de tantos prefeitos apoiando. Argumentação que pode crescer e, há, também, outras alegações.  Então, eu estou dizendo que o critério quando você, subjetivamente fala que é uma grande fato, pois o centro democrático neste caso está se unindo a nível de país. Como é que você consegue na prática, objetivamente, a hora que você olha no dia a dia, fazer isso? Nós já convidamos para a formação de uma chapa com 25 candidatos a deputados estaduais, que é o nosso limite.

Vamos ter que compor uma única chapa com o PSDB e União Brasil com o mesmo número de candidato em cada partido. Quem é que nós vamos tirar? Como é que você tira? Olha as dificuldades que você tem para objetivar uma decisão. Então, lá em cima, eles, às vezes tomam decisão e tentam nos obrigar cumprir. Falo por Mato Grosso do Sul, mas eu tenho certeza que na grande maioria dos estados brasileiros, por serem partidos grandes, que tem capilaridades, e por eles terem se enfrentado nas últimas eleições, eles têm dificuldade.