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Alerta

Leucemia: diagnóstico precoce e doação de medula salvam vidas

No Estado, são registrados 150 novos casos de leucemia para cada 100 mil habitantes por ano. A doença é um tipo de câncer que se manifesta muito rápido, mas que tem cura

Especialista fala sobre a importância de realizar exames anualmente para checar as células do sangue - Foto: Divulgação
Especialista fala sobre a importância de realizar exames anualmente para checar as células do sangue - Foto: Divulgação

A leucemia atinge mais de 5 mil homens e 4 mil mulheres no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em Mato Grosso do Sul, são registrados 150 novos casos de leucemia para cada 100 mil habitantes por ano.

Apesar da comunidade médica alertar cada vez mais a população, o número de mortes cresce a cada ano. Só em 2020 foram 533 vidas perdidas, que poderiam ser poupadas com o diagnóstico precoce.

Segundo a comunidade médica, existem mais de 12 tipos de câncer que atacam as células que formam o sangue. A faixa etária mais atingida envolve adultos com mais de 55 anos e crianças menores de 15 anos de idade.

A médica hematologista, Hatsumi Iwamoto, explica que a leucemia é dividida em crônica e aguda, que é a forma mais grave da doença.

“A gente precisa chamar atenção para a leucemia, porque alguns tipos se instalam de forma muito rápida, então é importante estarmos atentos aos sintomas que podem ser sugestivos para fazer um diagnóstico precoce”, afirma a médica.

Sintomas

O alerta para população é estar atento aos sintomas. Os principais são: fraqueza; cansaço; palidez; sangramentos anormais; manchas roxas pelo corpo, que não são provocadas por pancadas; além de imunidade e plaquetas baixas.

Alguns casos ainda podem ser acompanhados de dor óssea e febre, por isso a importância de manter os exames de rotina em dia. Além disso, ao contrário de outros tipos de câncer, a leucemia não depende de fatores familiares para ter mais chances de atingir o paciente.

A hematologista afirma que o rápido diagnóstico leva a um mais tratamento assertivo, já que a leucemia tem cura.

“Ela pode ser silenciosa, principalmente nos casos crônicos, porque geralmente os diagnósticos são feitos de forma acidental, algum exame que o paciente faz de rotina acaba detectando uma alteração, procura um hematologista e consegue fechar um diagnóstico de leucemia crônica”, explica.

“O mais importante é procurar logo o atendimento para fazer um hemograma e o médico vai conseguir identificar os sinais. Então, ao menos uma vez por ano, procure um médico para ver se está tudo certo, ou caso tenha algum sintoma, procurar o serviço de urgência para fazer o exame e checar a saúde”, concluiu a especialista.

Hatsumi Iwamoto explica ainda que não há comprovação dos fatores que levam a leucemia, não dando margem a prevenção. Segundo a especialista, o tratamento depende de cada caso e paciente.

O tratamento é feito com quimioterapia, depende do tipo de leucemia. As agudas, precisamos diagnosticar rápido e tratar rápido, já as crônicas podemos até fazer uso de medicamentos via oral, sem necessidade daquela quimioterapia clássica que cai o cabelo”, diz a médica.

Tratamento

Em Campo Grande, o hospital público responsável pelos atendimentos oncológicos do Sistema Único de Saúde (SUS) é o Hospital do Câncer Alfredo Abrão. O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul também disponibiliza especialistas na área.

Um importante aliado na cura da leucemia é o transplante de medula óssea, que não tem fila no SUS. Os dados dos doadores ficam armazenados no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea do Inca (Redome), e, caso algum paciente seja compatível, o transplante é realizado.

Para se tornar um doador voluntário de medula óssea é necessário ter entre 18 a 35 anos e fazer o exame de sangue de tipagem HLA no Hemosul.

O transplante é uma opção para alguns pacientes, que é substituir sua medula por uma de um doador, já que a doença está na medula óssea. Esse transplante é muito diferente de outros órgãos, não é por fila, não tem espera. Nós sempre perguntamos por irmãos, pois as chances de medulas compatíveis são maiores, caso não sejam, nós partimos para o banco de medula e se for compatível,  logo é chamado para fazer o transplante”, explica Hatsumi.

Para se inscrever no Redome e ser um doador de medula óssea na Capital, o Hospital Regional, localizado no bairro Aero Rancho, realiza a coleta de sangue, além da Santa Casa de Campo Grande, na região central, e do Hemocentro Coordenador, localizado na avenida Fernando Corrêa da Costa.