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HCAA vai receber mais R$ 6 milhões do poder público para retomar os atendimentos

O Hospital de Câncer de Campo Grande Alfredo Abrão (HCAA) havia paralisado os trabalhos com novos pacientes por déficit de quase R$ 800 mil por mês

Reunião intermediada pelo Ministério Público de MS, entre representantes do governo estadual, municiapl e do HCAA - Foto: Divulgação/SES
Reunião intermediada pelo Ministério Público de MS, entre representantes do governo estadual, municiapl e do HCAA - Foto: Divulgação/SES

Em reunião realizada nesta segunda-feira (6) na capital, ficou determinado que o Hospital de Câncer de Campo Grande – Alfredo Abrão (HCAA) vai receber mais de R$ 6 milhões do governo do estado e do município. O montante do governo do estado é de R$ 3,5 milhões e o município vai repassar R$ 2,6 milhões para a unidade hospitalar. Os aportes são emergenciais para que a instituição retome os atendimentos que haviam sido paralisados por problemas financeiros, com déficit de quase R$ 800 mil por mês.

O encontro foi feito após solicitação da pasta de Saúde Estadual e foi intermediado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), com representantes estaduais, municipais e do hospital. Ficou acordado que o montante do governo do estado será repassado ainda hoje, de forma emergencial pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), para que a instituição retome os atendimentos o quanto antes, e mais recursos podem ser ofertados caso, em um prazo entre 60 e 90 dias, seja demonstrado a quitação dos débitos. Já o município vai repassar R$ 300 mil ainda em março, referente a primeira parcela de um total de R$ 2,6 milhões autorizados recentemente pelo Ministério da Saúde.

Também nesta segunda-feira (6), em audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande com o tema "O Hospital do Câncer não pode parar", o coordenador administrativo do HCAA, Amilton Fernandes Alvarenga apresentou todos os gastos do hospital e esclareceu como a instituição contraiu tantas dívidas.

"Nós temos um déficit de apoximadamente R$ 800 mil, é uma dívida que existe e que precisa ser renegociada pra gente voltar a normalidade […] É impossível você manter a receita de um hospital sem reajuste no contrato, o nosso contrato não tem reajuste desde 2018 e se você pegar a inflação nesse período, medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), dá aí em torno de 30%, o reajuste de salários que teve nesse período está na mesma faixa e aumento de medicamentos também, essas despesas aumentam todo o mês. Por isso nós precisamos de duas medidas do poder público, um repasse pontual e urgente para equacionar as dívidas, e um ajuste no contrato para que o hospital continue com segurança", explica o gestor administrativo do hospital.

O Hospital do Câncer da capital é referência no tratamento oncológico em Mato Grosso do Sul e atende 70% dos pacientes de todo o estado com 422 funcionários e 75 médicos. A necessidade da instituição continuar com os trabalhos fica evidente também na fala da consultora de moda, Elisa Montes, que realizou o diagnóstico e todo o tratamento no hospital.

"Eu, como paciente oncológica, e todas as mulheres que fazem o tratamento no hospital esperamos a resolução deste problema, porque nós, que passamos por essa doença, sabemos o quanto é difícil e o quanto a luta é grande. O câncer precisa ser diagnosticado o quanto antes e a fase mais importante é o tratamento, o câncer não espera. É muito difícil imaginar que o hospital pode fechar as portas e quantas mulheres deixariam de ser atendidas", desabafa Elisa.

Durante o tempo de paralisação dos trabalhos, o coordenador administrativo do HCAA, Amilton Fernandes, afirmou que cerca de 500 mulheres não realizaram o primeiro atendimento no hospital e que, após a resolução dos problemas financeiros, essas pacientes serão realocadas de forma a serem atendidas o quanto antes.

Agora, com os novos aportes, os atendimentos no Hospital de Câncer de Campo Grande – Alfredo Abrão (HCAA) foram retomados a partir desta segunda-feira (6).