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Entrevista

Especialista em agronegócio destaca coragem de realização da CG Expo

"A Campo Grande Expo é, sem dúvidas, um exemplo de criatividade corajosa", destaca José Luiz Tejom durante entrevista

A Campo Grande Expo, realizada nesta semana como  um dos maiores eventos do agronegócio de Estado,  reuniu empresários, autoridades e investidores. Também contou com a presença de um dos palestrantes mais requisitados do país para o setor: José Luiz Tejon Megido, mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em Educação pela UDE (Uruguai), jornalista e publicitário formado pelas Faculdades Casper Líbero, em São Paulo (SP); administrador com ênfase em marketing, com especializações na Pace University, Harvard, e MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (todas dos Estados Unidos). Também é especializado em liderança, tem especialização no Insead (Instituto Europeu de Administração de Empresas), na França.

Jornal do Povo – A Campo Grande Expo pode ser um ato de coragem do agronegócio para o Brasil sair da crise?

Tejon – Exato, sem dúvida que é. É o poder da criatividade e da coragem. A Campo Grande Expo é, sem dúvidas, um exemplo de criatividade corajosa e temos que parabenizar a Alessandra Piane, uma mulher empreendedora que realiza este evento num ano complicado, né, um ano parado, logo após a Copa do Mundo, que foi também um negócio que parou o país, tabelamento de frete, greve dos caminhoneiros, sucessão política, corrupção, olha, realmente é sem dúvida um exemplo concreto de criatividade corajosa.

JP – O Brasil agro, o Brasil que dá certo, é o do agronegócio?

Tejon – Sem dúvida. Se você analisar a história do Brasil, é uma história de criatividade e coragem, enfrentando obstáculos incríveis, e no agronegócio um lugar em que se acreditava que não se poderia produzir nada, há 50 anos atrás, passamos a produzir para uma população de mais de 2 milhões de habitantes, que não tem falta de alimento, e o que sobra disso é o que nós importamos. 

JP – Isso ajuda na competição econômica com outros países?

Tejon – Passamos a fazer do Brasil um país que compete de igual para igual no mundo inteiro, com EUA, Canadá, e até com a Europa. Compete com lugares em que tem neve, tem frio, por exemplo, numa circunstância de controle sanitário, que o próprio clima já obriga a ter, e aqui a gente tem esse ambiente tropical, com doenças, pragas, e passamos a produzir com níveis extraordinários. E também, com um cooperativismo muito bom. Nossas cooperativas deram um salto de gestão, de competência, produzindo aves, suínos, leites, ovos. Passamos a ter um país criativo. O Brasil é um fenômeno planetário, que é mal administrado e, mesmo assim, está dentro das 10 maiores economias do mundo desde 1970.

JP – O jovem e a mulher no setor agro gera expectativa animadora? 

Tejon – Muito animadora, porque o jovem aqui no interior do Brasil, pode desfrutar de uma riqueza de oportunidades sensacional. A produção agropecuária passou a ser um designer, um produtor, uma produtora, é que vai tocar a atividade. Esse jovem não é mais um produtor, ele é um designer, e tem que reunir uma série de tecnologias. Você tem aqui nesta feira uma companhia americana de satélites, que permite haver sinal de internet em qualquer canto do país. Mesmo com uma falha de cobertura da telecomunicação oficial brasileira, há aceso a sinais de satélite e, assim, é possível fazer agricultura digital, por exemplo. Portanto, não é mais o agro do passado, e o jovem, o homem e a mulher, que serão sucessores no agro, veem isso. Até mesmo quem não faz parte do agro vê.