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Muda O Quê?

Novo horário de Verão

Leia artigo de Walter Roque Gonçalves, publicado na edição deste sábado do Jornal do Povo

O horário de Verão não tem nada de novo. É mais antigo do que muitos imaginam, mas todos os anos sentimos no corpo a mudança como se fosse a primeira vez. Desde 1784, quando Benjamim Franklin defendeu a mudança de horário para economizar velas e querosene, a população discute benefícios e malefícios desta prática.

Afinal, o horário de Verão é bom ou ruim? A sociedade se divide entre os que apoiam e aqueles que criticam. Para constatar este fato, não é preciso ir muito longe, basta observar as mensagens nas redes sociais: “Acho o horário um horror”, “Odeio horário de verão”, “Vou ter que acordar mais cedo ainda 😐 ”, e assim por diante. 

Os benefícios desta mudança são claros. No ano passado, por exemplo, a economia foi de 4,5 % no horário de pico, o que equivale a cerca de R$ 160 milhões. Para este ano, estima-se que, além da redução dos riscos de apagões, a economia pública possa chegar a 147,5 milhões de reais.

No flanco contrário há pesquisas que relacionam a mudança de horário e a desordem do relógio biológico ao mal-estar, a dificuldade de dormir, a sonolência diária, a alteração de humor, a dor de cabeça, ao estresse e até, segundo o American Journal of Cardiology, ao aumento de 25% dos infartos nos EUA. 

Conforme a publicação no site temponavida.com, este desconforto e insatisfação está comprovado por “estudo feito no Brasil (…) que revelou que cerca de 50% das pessoas queixam-se da qualidade de sono após a implantação”. Outros correlacionam estes fatos com a queda de produtividade nas empresas.

Há até uma petição pública disponível no site peticaopublica.com.br coletando assinaturas. Conforme informações disponíveis no próprio site os motivos para o pleito são: “As bruscas alterações de horário ocasionam distúrbios orgânicos traduzidos pela ocorrência de fadiga, dores de cabeça, confusão de raciocínio, irritabilidade, constipação e queda da imunidade. ”

Os defensores observam que os apagões gerariam mais prejuízos para a sociedade do que o desconforto e a queda de produtividade causado pela desordem temporária do relógio biológico, principalmente pelo fato de estudos comprovarem que basta alguns dias para as pessoas se adaptarem.

O fisiologista Ivan Piçarro, 63 anos, diz que “A mudança de horário de verão traz pouco efeito para o corpo e não causa nenhum prejuízo à saúde.” Em outras palavras, se você festar no domingo e precisar acordar mais cedo no outro dia, naturalmente terá desordem no relógio biológico, contudo em poucos dias o ritmo volta ao normal. A natureza é resiliente e sábia.

*É consultor de empresas.